16. Com amor eterno, Hadassa

Imagem criada e editada por Sara Melissa de Azevedo para o Castelo Drácula
Querida Rute,
Muitas vezes o amor parece um abraço aconchegante, outras vezes, um peso que não conseguimos soltar, nosso amor foi tudo isso e mais, uma chama que queimava intensamente, mas que também deixava cinzas em seu rastro. Você me deu tudo de si, até mesmo o que eu nunca tive coragem de pedir. Eu sei que você não queria isso, mas você fez o que era preciso. Agora, só espero que consiga conviver com isso, a decisão que tomou não foi justa para você, mas foi necessária para mim, eu precisava que fosse você, precisava que fosse por amor, porque só por amor você faria uma escolha que eu não tive coragem de fazer. Você me amou o suficiente para me libertar, mas será que eu a fiz carregar algo que você não merecia? Esta pergunta me assombra enquanto escrevo essa carta, pois nunca quis ser uma prisão para você, nem em vida, nem na morte. E, no entanto, você escolheu me libertar das amarras de um destino que eu temia encarar sozinha. Não lhe pedi nada, mas, mesmo assim, você me ajudou a encontrar a paz, sua coragem me deu o descanso que eu buscava, e por isso sou eternamente grata. Espero que, ao longo de sua jornada, você também encontre a paz que merece, espero que o peso do que fizemos juntas se transforme em algo mais leve, algo que você possa carregar com menos dor e mais amor.
Siga adiante, minha Rute, e viva por nós duas.
Com amor eterno,
Hadassa
Texto publicado na Edição 13 da Revista Castelo Drácula. Datado de fevereiro de 2025. → Ler edição completa
Valesca nasceu no Rio de Janeiro (RJ), cursa Ciências Biológicas, encontra-se no último período. Tem paixão por ciências, subcultura gótica, livros, seres sobrenaturais, ficção científica, cemitérios, igrejas e morcegos, ela também é voluntária em um projeto de divulgação científica chamado "Morcegos na Praça". Escrevia com frequência, mas afastou-se da prática ao ingressar na faculdade. No entanto, durante a pandemia, retomou a escrita como meio de…
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