Áurea Lihran escrevera suas terríficas e fascinantes vivências após despertar em um antigo castelo, o Castelo Drácula. Sem memória alguma de seu passado, ela buscou encontrar respostas e sentidos que guiassem a sua existência, mas, para isso, teve de fazer escolhas sombrias e ainda lidar com a sua estranha sede por sangue e o seu desconhecido poder. Este seu manuscrito foi deixado por ela, como volume único, na biblioteca do Castelo Drácula e, agora, por razões obscuras, ele está em suas mãos.
~ Capítulos ~
Prólogo:
Desperta
Quão amarga é a solidão do silêncio absoluto, o abismo que sangra em palavras mortas. Meus olhos fitam meu retorno, e de repente vejo o nascer das trevas em meu peito, a poesia…
Capítulo 1:
O Adágio Sibilino
Um flúmen carmesim cruzava o níveo balcedo e, deste liquor consistente, eu me inebriava, sorvendo sem temores, e imergindo-me nua em seu sereno caudal cujo aroma ferroso seduzia-me…
Capítulo 2:
Abíssicas Escolhas
Embevecida pelo silêncio dos sonhos mais profundos, tudo se externava em suavinura. Andejei sob infinda serenidade por dentre um substancial jardim de raras e inigualáveis espécimes florais…
Capítulo 3:
A Natureza do Ser
Lancei-me contra as sombras do corredor, apressei cada um de meus passos enquanto minha mente atordoada se alimentava de sua própria angústia. Covarde. Vi o lume lunar…
Capítulo 4:
Medos e Fraquezas
O céu era de uma profunda escuridão estrelada. Eu estava próxima de um arvoredo denso cujo negrume das copas, banhadas pelo caráter do infinito acima, se condensavam em sombras…
Capítulo 5:
Tangíveis
Ilusões
Na densa floresta verdinegra, ouvi pequenos grilos ao longínquo; o horizonte era um mistério verdejante enquanto a única luz ambiente advinha da vela em minhas mãos. Seu lume…
Capítulo 6:
O Piche do
Oblívio
As sombras eram solecismos factuais; um ruído medrava-se horrífico. Algo físico entre nós inibia-nos, impedindo quaisquer aproximações; uma divisão vítrea, perceptível aos nossos olhos…
Capítulo 7:
Culpa e Proteção
Minha consciência era vívida e sólida. Todo o mobiliário ao redor era pálido e tal cor evidenciava, em maior perfeição, a riqueza dos detalhes vitorianos. A tapeçaria tinha nuances…
Capítulo 8:
O Presságio do Adeus
“Cautela; à dor pertence tudo o que se é — e nas sombras do ser há uma angústia imorredoura. Ainda assim, há contento ao sentido. Veja-me, desvele-me na clareira da densa floresta; um poder inominável aguarda a lua cheia dos olhos…
Capítulo 9:
Perturbadoras Revelações
Um abrupto sopro de vida e meus olhos foram circundados pelo lume de um dia nublado. Eu dormia? Ao derredor, um cemitério árido e lúgubre descansava, com carvalhos negros…
Capítulo 10: O Oráculo das 7 Profecias
Uma monodia litúrgica bizarra atravessara nossas almas, tão mais que os tímpanos. A morte parecia habitar o derredor, as velas tremeluziam n’um escarlate-sanguíneo…
Capítulo
~11~
em breve
~ Sonuras ~
Embevecida pelo silêncio dos sonhos mais profundos, tudo se externava em suavinura. Andejei sob infinda serenidade por dentre um substancial jardim de raras e inigualáveis espécimes florais…
Lëvri
Seth
Orquídeas negras tecem a ninguém,
Silêncio aveludado no jardim,
Apresso-me temendo vir alguém
Desperto pelo horror do olor carmim;
Perfiz todo o balcedo estéril e vi…
Fragmentada
Estás n’est’alma lôbrega tão minha,
Resides ou, quiçá, no corpo meu?
Silente agora, vens cruzar a linha
Que tênue marca em mim o sangue teu?
Sondando n’estes livros, no ancestral…
Absentir-te
Virente arbóreo e úmido arrebol
Intenso verdinegro evanescente…
O fogo à vela é o único bel sol,
Enquanto uma elegia é confidente;
Receio qu’encontrar-te é meu conflito,
Lôbrego Pássaro
Virente alfombra, um manto surreal
Curvando nas estantes, relva e flor,
Abaixo d’um solar transcendental,
Um flúmen próprio rega o esplendor;
Ouvindo um canto lôbrego e sublime…
Saudade
Aborom! Larajim d’esta manhã
Desponta a quint’essência de meu ser;
O frutossangue: mélica romã
D’arbórea que m’encanta a aquiescer;
Aparta em lume doce o negr’oblívio…