Pela Fria Noite
Ádito aos templos, me detenho.
Corpo gravado com feitiços e magias, contemplo.
Lisonjeira mãe, que na escuridão oculta a todos
com garras soturnas que me forçam a cair em seus engodos
Professa em meus ouvidos palavras adocicadas e poderosas.
Realizações que se farão, para mim, onerosas.
Cantemos, noite adentro, em belo dueto.
Tuas mãos a dar vida ao derradeiro soneto
A última obra de nossas entristecidas vidas,
Que jazem, aqui, totalmente despidas.
Talvez somente no frio do túmulo vazio
teremos nosso canto livre de desvio.
Texto publicado na Edição 10 - Aborom, do Castelo Drácula. Datado de outubro de 2024. → Ler edição completa
Leonardo Garbossa nasceu em São Paulo, em 1995. Desde jovem é um leitor apaixonado e grande fã das obras romancistas. Sentimentalista por natureza, iniciou sua vida acadêmica na área das ciências exatas, migrando em seguida para psicologia, que estuda atualmente. Teve a infância…
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Entre estantes de saber e livros calados, | Eu a vejo, Andreas, flor que jamais tocarei. | Tão próxima e, ao mesmo tempo, inalcançável, | Caminha entre…
Virente arbóreo e úmido arrebol | Intenso verdinegro evanescente… | O fogo à vela é o único bel sol, | Enquanto uma elegia é confidente;...
Você pode me ouvir, | Chamando seu nome na escuridão? | Pode ouvir meus passos, | Ecoando nas paredes, | Enquanto corro em sua direção?...
A pressão rompe o silêncio na madrugada | Vibra o éter como música e ressoa | Reverbera no acetato, ainda...
Sangue. | Lápide fria | Noite escura, céu acima. | Sangue. | Você me abomina | Mas suas vísceras são minhas. | Sangue. | Seu carmesim cintilante | Colore o cemitério…
Majestosa, | Brilhante e inigualável estrela no céu. | Reinando em um mar de escuridão | Mas impiedosa, | Tão bela quanto cruel. | Tomou meus olhos…
caminho pela escuridão da noite | tentando imaginar minha vida | sem a correnteza das águas que | caem abundantemente em sua face…
Estás n’est’alma lôbrega tão minha, | Resides ou, quiçá, no corpo meu? | Silente agora, vens cruzar a linha | Que tênue marca em mim o sangue teu?
Amado, esta invernia quando vem, | Na tua serenidade apaziguante, | Almejo o aconchego que nos tem | Somente em nosso leito lacrimante;…
Leonardo Garbossa nasceu em São Paulo, em 1995. Desde jovem é um leitor apaixonado e grande fã das obras romancistas. Sentimentalista por natureza, iniciou sua vida acadêmica na área das ciências exatas, migrando em seguida para psicologia, que estuda atualmente. Teve a infância conturbada após perder o pai para o suicídio, tema que se tornou seu foco nos estudos acadêmicos. Foi criado pela avó, que fez o máximo possível para ensinar a ele a importância da excelência nos estudos e na cultura. Em Dezembro de 2020, percebeu que a escrita poderia ser uma ferramenta adicional à terapia. Desde então, passou a escrever quase diariamente. Após dois anos, e muito trabalho depois, resolveu publicar os melhores textos, todos inspirados em pensamentos, sentimentos e emoções pessoais, para que outras pessoas possam se sentir acolhidas em suas palavras.
Folhas secas, | Abóboras adornadas | Não é outono por aqui, | Mas não muda nada. | Os ventos que sopram | Me trazem lembranças de você…