Noite de Aniversário
Balão festivo, alegra o entardecer! | Refulge níveo e vai no sopro-vento; | Menina que o observa a perceber | Que o escuro vem estranho e nevoento…
      
      Humm… sim…
Vem, faça o que desejas me fazer… | Amor, quero sentir bem mais profundo… | Febril saliva, leva-me a tremer… | Tesão vertendo a cada um só segundo…
      
      
      
      
      
      O Teatro Perfeito
Perfeito, o Teatro — e nele a decadência | As máscaras são telas luminosas | Personas em suas tantas aparências | Roteiro de ventura confragosa;…
      
      A Bruxa e o Cadáver
— Levanta-te morbígero cadáver! | Teus olhos vítreos pálidos reluzem! | Odor de morte antiga que paláver | Sem verbo zumbe horrores que conduzem;…
      
      
      
      
      
      
      
      
      
      Orações à Deidade Verbo (Vehrvorus)
Ó! Santo és Tu, luz de puro amor | Bendito sejas! Almo e grã mentor | Acima da ignorância que atormenta; | Envolve-me em esmero e me orienta…
      
      Demasiado Humano
Assim fragmentar-me e à tez sentir, | Aroma, calidez, silêncio a sós… | Desvelo uma clareira do existir | Às cordas d’este tempo em rijos nós…
      
      
      
      Sonurista da Morte
Nas grotas d’uma lôbrega passagem, | A balça gris e sôfrega, que à vista, | Ornava em medo fúnebre a viagem | Aos versos d’um plangente sonurista;…
      
      Coração do Oceano
No frígido oceano, um coração | Umbroso e azúleo, em trevas olvidado; | Safira de saudade e vastidão, | Cristais salinos, mágoas… insondado…
      
      Arvohreomor
O Sol, um ponto pálido no céu | Azúleo-gris, opaco e tão brumoso; | Pinheiros, névoa negra como um véu… | N’orvalho d’um dilúculo moroso;…
      
      Íntima Tristura
Saudosa alma silente e melancólica, | Efêmeros ocasos: meu langor… | No onírico resido e quão simbólica | A vida é n’esta gênese do alvor…
      
      Castelo Drácula
Adentro no mor lôbrego Castelo | Tal corpo em algor mortis, tão mordaz… | Soturno a mim murmura sobre um elo | Dest’alma condenada que me faz;…
      
      
      
      Serei Póstuma?
Temer tornar-se póstuma poeta | Amarga-me a ponto d’um malfeito: | Tirar d’um literato a sua costela | E pô-la, ensanguentada, no meu peito…