Transcende
“Existe prazer nas matas densas
Existe êxtase na costa deserta
Existe convivência sem que haja intromissão
no mar profundo e música em seu ruído.
Ao homem não amo pouco, porém muito a
natureza.”
Lord Byron
Quero ser parte da relva
Desconhecido pela brisa que passa
Ser parte do mar e navegar profundo
Constante como o vento de todas as estações
Aquele que roda o mundo
Diminui o ritmo para ver a chegada do verão
Passeia na neve do inverno sem tremer de frio
Permeia ruas barulhentas sem se incomodar
Quero ser como o voo azul das aves
Pintando de aquarela um lago luminoso
O brilho que soa orquestra
Uma árvore que dá balanços sem crianças
Uma gota d'água e finalmente descer a cachoeira
Um raio de sol já na atmosfera
Tocando a superfície fina e dura de uma rocha
Como um carinho
Queria ser campo, deitado, sem finalidade
Queria ser chão melado do amarelo de mangas caídas
Quase tudo que é belo ainda está livre das mãos
Pedaços de vidro como a imagem do céu
Nuvens que cuidam do vento
Ventos que cuidam das águas
Águas que dormem na terra
A terra que habita espíritos
Espíritos que suportam os corpos.
Texto publicado na Edição 10 - Aborom, do Castelo Drácula. Datado de outubro de 2024. → Ler edição completa
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Sinopse: Uma morte por envenenamento é causada durante o banquete de Aborom e agora todos os convivas, em especial o Detetive, precisam descobrir quem é o assassino.
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No abismo da mente, | o sangue escorre como tinta, | pintando paredes de um castelo em ruínas, | onde as memórias se contorcem, | em danças macabras…
Nas vastas planícies do cosmos em flor, | Ergam-se torres de beleza e amor. | Cantos de formas, de ângulos e luz, | Onde a simetria é a musa que seduz…
Nutrício é teu olhar que se deleita em teu corpo nu | Teu pedestal de ilusões, | Teu altar de corações, | Tua coroa de sangue | O riso ecoante de tua balada…
Ao alcance das mãos: a rede mundial | encurtando caminhos, trazendo à tona | a promessa de um globo conectado | cada vez mais forte e necessária..
O Fim — a consequência imediata, | arauto de conversas seculares; | cometa de mil pernas que nos chega | no meio de um sábado, em notícias…
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