Soneto do Horror

Imagem criada e editada por Sara Melissa de Azevedo para o Castelo Drácula
Nas sombras dançam ecos de terror
Sussurro tenso e frio pela parede
Do espelho veja a morte — que horror!
Que bebe do meu sangue em muita sede
Assombração que ronda tal lamento
Gargalham vozes tais, tão traiçoeiras
As velas que se apagam com tormento
Do próprio fogo e sangue são herdeiras
Sorriso desenhado no lençol
Em sangue, pele, carne e teu suor
Que embala o pesadelo noite afora
Já chega da tortura tão cortês
Vos rogo, me atormentem d’uma vez
À morte digo: “Olá, me leve embora”.

Leia mais em “Sonetos”
Um beijo sepulcral na testa dada ao frio | Mais descoberta que a vida fora dos rumores | Um beijo traz imagens das carícias e das dores | Da vida gélida de um alguém sem brio…
Crê em mim, filho da vergonha | Crê em mim, sou o senhor do inferno | Sombrio e distante como útero materno | São os tempos loucos e ninguém mais sonha…
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Nas sombras dançam ecos de terror | Sussurro tenso e frio pela parede | Do espelho veja a morte — que horror! | Que bebe do meu sangue em muita sede…
En sombras de la noche, a tientas va, | silente entre los sueños, cruel es su andar, | un ser de pesadumbre y de pesar, | que roba al corazón su calma ya...
O chão de mortes rubro e corpos cheio | (Vedado por metais, escudos falhos), | Por nuvens de abutres carniceiros | Agora é posto em sombras, surgem vários…
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Nascida em um outono, na capital da Bahia, cresci em uma família que me proporcionou muito incentivo ao estudo e à cultura de qualidade. É por isso que sou uma pessoa que ama a leitura, o conhecimento, a escrita e outras áreas artísticas. Minha paixão pela arte faz aprofundar-me nela. Enfim, sou alguém com uma sensibilidade aflorada; aprendi a lidar com situações com muita humanidade, senso e responsabilidade. Sou livre de convenções e de preconceitos.
Nas horas nebulosas, de enfadonhos | Momentos, a tristura estando alta, | Tristonhos ficam mais os pensamentos | Que tenho, ao lembrar que dei as costas…