Sahra Melihssa

Sahra Melihssa é natural de São Paulo e nasceu em 1994, no dia 28 de agosto. A autora vem se dedicando à arte da escrita desde a infância, com um compromisso inabalável que começou no ano de dois mil e quatro. Formada em Psicologia, com foco em Fenomenologia-Existencial, Sahra possui uma marcada inclinação filosófica refletida em sua literatura. Recentemente, publicou “Sete Abismos” e “Sonetos Múrmuros”, obras que se destacam por uma poética distinta e uma narrativa refinada; alguns contos de “Sete Abismos” foram adaptados para o RPG “Chaves da Torre” da Editora Caleidoscópio.
Sua paixão literária abraça autores como Edgar Allan Poe, Bram Stoker e H. P. Lovecraft, configurando sua profunda conexão com a literatura gótica. A música clássica, em especial as composições de Chopin, juntamente com seu fascínio pelo silêncio e a solidão, servem de inspiração constante para seus trabalhos criativos. No âmbito do erotismo, Melihssa aprecia a intensidade das palavras lascivas, frequentemente vê-se em sua arte a expressão pura da dor vinculada ao prazer; no entanto, a autora não se restringe a isso, sua apreciação pelo erotismo abraça essencialmente o amor, seja qual for sua forma de expressão.
Sahra Melihssa é a anfitriã do projeto Castelo Drácula, dedicado à publicação e edição de autores de Literatura Gótica. Além disso, criou o Desafio Sombrio, incentivando escritores a explorarem a escrita obscura — abrangendo terror, horror, mistério e ultrarromantismo. Sua incursão no gênero terror começou cedo, com a escrita de “A Sombra” aos nove anos de idade. A autora fez do Castelo Drácula um recôndito poético de letras eternas, sob a verdade, para ela, indiscutível: A Escrita é a razão de todas as coisas, a Escrita é o Criador da humanidade. Baseado em seu profundo vínculo com as palavras, a poeta e escritora criou um universo compartilhado cujo primevo fundamento é, essencialmente, a magia pulcra da Escrita e o poder transcendente de sua expressão.
O trabalho de Sahra Melihssa é profundamente imbuído de reflexões, enriquecido pela utilização de elementos líricos e simbólicos, evidenciando uma voz literária única e impactante. Online, Sahra participa ativamente de seu projeto Castelo Drácula. Seus leitores podem encontrá-la no Instagram e em seu site oficial, onde busca interagir diretamente com aqueles que apreciam sua arte, além de incentivar outros escritores a desenvolverem o hábito da escrita. Para Melihssa, “A escrita é o fundamento primordial da humanidade. Conhecer palavras e compreender a linguagem nos permite entender nossa essência e aquilo que somos enquanto sociedade e indivíduos. Precisamos das palavras e, no que se refere à escrita, ela é imprescindível, pois escrever requer organização mental, ampliando nossa capacidade cognitiva e explorando nossa criatividade.”
Sahra Melihssa está imersa na criação de seus romances, destacando-se "Rubi Áurea", inserido no universo de “As Crônicas do Castelo Drácula”. Paralelamente, ela se dedica ao desenvolvimento de seu próximo livro de poesias, no qual apresentará ao mundo a forma fixa de poesia musicalizada, denominada Sonura, caracterizada por uma melancolia profunda e semelhante ao Soneto. Para aqueles que não temem a escrita rebuscada e poética, Sahra Melihssa é a escritora ideal, capaz de conduzir almas perdidas em busca de verdadeira intensidade, através de uma literatura autêntica, lapidada e de qualidade inigualável.
Escreveu para as Crônicas no lançamento oficial delas na edição de fevereiro de 2024.

Entrevista
Nasci em São Paulo, Capital. Morei por um tempo no interior de SP, mas hoje eu vivo na Capital novamente, a Selva de Pedra.
Sou formada em Psicologia, com enfoque em Fenomenologia Existencial.
Gosto da profundidade com que ela expande as questões humanas à nossa consciência.
Acredito que nasci para a Escrita, para ela e por ela. Desde que me alfabetizei, encantei-me pelas letras e, por isso, ainda muito jovem, já decidi que seria escritora. Minha primeira história foi escrita lá pelos meus nove anos de idade, era uma história de terror. Ao longo dos anos esse vínculo apenas se fortificou e nunca foi tratado como um hobby ou uma fase; fui aprimorando e estou aprimorando minha arte cada vez mais e com incontestável amor.
Meu maior projeto, além dos meus livros, é o Castelo Drácula. Eu o criei com um carinho e uma fé surreais. Sinto ser o lugar em que posso ser o que sou e agregar pessoas que também sentem uma necessidade vívida de pertencimento a um lar que coincida com suas percepções e sensações. O Castelo Drácula é meu maior e único projeto artístico de literatura que agrega outras pessoas.
Eu crio outras artes, mas estas não possuem qualidade, uma vez que não me dedico a elas. Gosto de fazer ilutrações, principalmente digitais; gosto de cantar e compor músicas apenas com a voz. Sou Designer, então, considero que minhas criações são arte também, tais como logos e banners que possuem alma e significado.
Edgar Allan Poe é o maior de todos os indivíduos que me inspiram. Eu o considero o Mestre. Sempre que estou sem criatividade, recorro aos seus contos que rapidamente iluminam meu caminho. Fora ele, aprecio as obras de Lovecraft, Shakespeare, Heidegger, Husserl, Schopenhauer, Bram Stoker, Mary Shelley. Dos vivos, minha inspiração está nos autores que escrevem para o Castelo Drácula, são pessoas reais e escritores que buscam o seu lugar no mundo literário de uma forma bem orgânica e visceral. Igualmente me inspiro em artistas, como Nicola Samorí, William-Adolphe Bouguereau, Glauco Moura e vários outros artistas inigualáveis; ou músicas como as de Trees Of Eternity, She Past Away, Theatre of Tragedy, Chopin, Flávia Requim e diversos outros sons fascinantes.
Indico meu livro, Sete Abismos - contos de terror, horror e mistério, mas para quem não pode comprá-lo, indico a leitura de Avis Rara, uma poesia bastante profunda e valiosa para mim. Para conhecer minha prosa-poética, indico Anjo de Mármore. Para se familiarizar com meus contos, indico À Meia-Noite e, por fim, a minha lira em Às Sombras de Scar Narcht - Cato de nº III.
Conheço pouco as produções artísticas góticas do meu país, mas o que conheço eu sei que é muito bom. É uma verdadeira lástima que não tenhamos uma cultura que a valorize, em especial a Literatura Gótica, que possui um potencial gigantesto, tanto linguístico, quanto criativo do povo brasileiro.
Sim, gosto de brincar com a sonoridade do Tupi quando ambiento meus contos de terror em terras indígenas; aprecio igualmente transferir as minhas sensações de ter nascido e crescido em São Paulo; além disso, o que eu mais adoro é escrever sobre as estações do ano, indicando chuva fina e contínua no verão quente ou mesmo o granizo violento da primavera. Tento, não por obrigação, ambientar minhas histórias no Brasil e colocar personagens brasileiros, mas eu o faço porque gosto de citar meu país, apenas isso. Não sou muito fã da sonoridade dos nomes brasileiros, pouco utilizo deles. Acredito que cada escritor deve escrever aquilo que lhe traz sentido acima de tudo.
Eu sou bastante clássica e sei disso; gosto de dificultar a leitura de meus textos, porque sou apaixonada pelas palavras e sinto que a riqueza delas é a minha riqueza pessoal. Gosto de construir frases difíceis, longas, com estrofes recheadas. Tudo isso por amor, como já mencionei, amor incondicional pela Arte da Escrita. Então o meu estilo é esse, é onde me sinto confortável de estar, onde posso usufruir do meu idioma e me divertir com criações inusitadas.
Deem algumas chances às leituras que vão lhes dar dor de cabeça; sei que minha escrita pode parecer cansativa à princípio, mas os seus esforços em compreendê-la ampliarão suas mentes em um nível inestimável e isso afetará toda a vida pessoal de cada um, pois vocês compreenderão muito mais o que os outros dizem, bem como entenderão com mais profundez os seus próprios pensamentos. Arrisquem-se, desafiem-se em minha literatura, deixem-se experienciar as entranhas obscuras da minha arte.

Obras da Autora
Adentro no mor lôbrego Castelo | Tal corpo em algor mortis, tão mordaz… | Soturno a mim murmura sobre um elo | Dest’alma condenada que me faz;…
O que esperamos da existência efêmera que pertence ao nosso ser? Há muitos sentidos para serem criados e sustentados pelas idealizações e crenças que…
Um abrupto sopro de vida e meus olhos foram circundados pelo lume de um dia nublado. Eu dormia? Ao derredor, um cemitério árido e lúgubre descansava…
"Torna-te aquilo que és" abrange o aceitar sua condição única, mas, no mesmo nível, traz a significação do eterno tornar-se, pois nunca, de fato, poderemos dizer que somos…
Dia 25 do ano 349 — em Phebrian | Senlen Plena e Pherr Crescente. Recebi uma missiva sombria sem remetente, mas julgo ser o mesmo qual…
Parabéns por adquirir sua primeira Vërmanen!…
Melíflua, te entorpeças no sonhar; | Visões de horror e encanto surgirão | E salva na tu’angústia vais estar | Enquanto lamentar teu coração;…
Ao Anfêmero pertencerá a sua vida em todas as instâncias emocionais e psíquicas. O Anfêmero é um livro e posso…
Temer tornar-se póstuma poeta | Amarga-me a ponto d’um malfeito: | Tirar d’um literato a sua costela | E pô-la, ensanguentada, no meu peito…
“Cautela; à dor pertence tudo o que se é — e nas sombras do ser há uma angústia imorredoura. Ainda assim, há contento ao sentido. Veja-me, desvele-me na…
Olhos de pútrida esperança; entre o frígido derredor, onde as mãos do insondável inverno conduzem a pequenez de seres irrisórios. Ela se aproxima…
Dirigido por Cameron Cairnes e Colin Cairnes, com 1h35m de duração, Entrevista com o Demônio promete um…
Mui bela, azulínea, pulcro aroma… | Enflora desolada finitude… | Ó, pétalas de seda! Eis meu sintoma: | Saudade… terra úmida, ataúde…
Adormecerás, sol. Darás quietude ao horizonte. Aquece, enquanto isso, o corpo frágil de minha nímia tristura. Ancestral, traga-me a esperança para o…
— A arte, querida Bella, requer vida e morte, tu sabes… — Bellanna pretendia argumentar, todavia, Dhiego aumentou seu tom de voz ao notar que seria interrompido…
Arranquei teu coração e empalei teu corpo com niazílium; costurei teus lábios e te levei ao lago de crânios sob um céu de estrelas infindas…
Uma criatura de agoníria atravessara o portal obsidia; foi contida por Somníria dentre as densas nuvens alvililáses, todavia, em sua força sombria…
Quando me aproximei daquelas ruínas, imaginei que encontraria destroços de um outrora sombrio, objetos deteriorados pelo tempo e, talvez, segredos…
Elas se calaram… as vozes do meu abismo. E agora perduro em Selenoor como quem a ela pertence, uma rainha índigo de sangue e solidão…
— Por que tão irreconhecível, caríssima Olga? — Dissera Drácula, tomando seu liquor-carmesim. Sorri ao ouvi-lo, sempre me agradava a sua presença…
Meu inestimável, Escrevo estas linhas para narrar o inexplicável. Apenas ao rabiscar estas palavras, sinto a sombra daquela noite envolver-me como um manto frio, um toque…
Teu amor trouxera-me a escuridão; querido, o teu inferno cativou-me o peito cuja vida efêmera protege. Os sigilos do teu corpo enfermo, cicatrizaram-se…
O sol era a nódoa escarlate na imensidão enevoada em um carmim enegrecido; o sol não tangível em sua forma de estrela, era tão só um clarão rubro…
Somníria lar-origem, perfeição! | D’essência pulcra, nébula d’horror; | Anseios, medos: pulsa o coração, | Conduz à fé e ao morbo-arquitector…
— Dantesca! — Clamou Therodriel. Dantesca observou-o se aproximar, silenciada. — Instabilidades afetaram pesadelos infantes, Emmyliliam está…
Minha consciência era vívida e sólida. Todo o mobiliário ao redor era pálido e tal cor evidenciava, em maior perfeição, a riqueza dos detalhes…
As sombras eram solecismos factuais; um ruído medrava-se horrífico. Algo físico entre nós inibia-nos, impedindo quaisquer aproximações; uma divisão vítrea, perceptível…
Aborom! Larajim d’esta manhã | Desponta a quint’essência de meu ser; | O frutossangue: mélica romã | D’arbórea que m’encanta a aquiescer;…
Sinopse: Uma morte por envenenamento é causada durante o banquete de Aborom e agora todos os convivas, em especial o Detetive, precisam descobrir quem é o assassino.
Na densa floresta verdinegra, ouvi pequenos grilos ao longínquo; o horizonte era um mistério verdejante enquanto a única luz ambiente...
Um pélago para esta vil desolação despertada pelos pesadelos de um subconsciente sadomasoquista. A infância rastejando sua carne sangrenta e asquerosa, apodrecida…
Risadas suaves, lástimas ocultas em prantos longínquos, soluços que desvaneciam sempre que eu me aproximava daquele parque. Ponderava com certa dificuldade…
Os Kingus eram a família real do reino Kingus, eles protegiam seus habitantes das maldições e obscuridades das criaturas que vivam nos reinos ao redor, as quais eram cruéis e perigosas…
A insônia mórbida de Laura conduzira suas últimas seis noites, isso resultou em olheiras fundas em sua expressão facial e cansaço agudo por todo o seu corpo e mente…
Dezembro, 14 de 2024. Agônica noite silente onde as trevas regelam nossa alma. Agourenta face noturna…
Exício que me assombra de seu castelo pontiagudo, tem a noite como o encanto vislumbrando-me a agonia. Encontramo-nos no agouro de um súbito e sôfrego impulso…
Sempre a mesma abominável cena. Sangue vívido escorria nos vitrais da Catedral da Sé conforme o som terrífico de…
Quão doce era o som da caixa de música de Anieni. Uma singela escultura de uma borboleta no centro daquele pequeno objeto…
O sopro da noite frígida é sempre o mesmo. Reconheça que a noite advém às dezoito e morre às cinco da manhã. Nada súbito…
Não há horizonte na profundez do oceano. A escuridão é a única por detrás das falsas clareiras que, feitas pela luz solar, ultrapassam as águas primevas, mas não se…
Tórrida tarde, símil ao que dizem haver no calvário. Sinto-me torpe, há oscilações no horizonte deformando tudo o que vejo…
Reclamou nas redes sociais sobre uma estranha planta nascendo no vaso de seu manjericão…
Eu estive em um labirinto liminar. Compreendo, por experiência própria, as suas obscuras entranhas. Eu também conheci pessoas que conseguiram escapar…


Recanto de Literatura Gótica
Teve seu primeiro livro publicado com o selo Castelo Drácula.