Imersão ao Castelo Drácula: Exercício de Escrita
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
Eu escrevo, todo o mês, ideias de escrita e inspirações para os autores oficiais do Castelo Drácula; d’esta vez, trago um pouco do universo de nossa Escrivaninha para você.
Olá, leitor; você está profundamente envolvido com as histórias e a poética d’este lôbrego recôndito, estou certa? Compreendo que talvez lhe seja interessante adentrar ao mundo da Escrita e criar um personagem que seja, pois, um residente deste alcácer. Um personagem que seja semelhante a você, para que você encontre conforto n’este sombrio espaço e possa vivenciar o inominável e o sublime em seu universo.
Por esta razão, pensei que seria uma ótima ideia ajudar os leitores a se criarem nesse mesmo mundo, onde eles podem ser quem quiserem e podem ter, portanto, um alívio da realidade hiperestimulante e superficial. Comecemos, então, a escrever!
No Castelo Drácula, mesmo aqueles que não são escritores são instigados a escrever suas experiências em diários e anfêmeros; em ambos os casos, o residente contará como foi o seu dia e a sua vivência com os fenômenos que lhe vieram de encontro no Castelo. Nesta primeira imersão, vamos vivenciar Aesttera!
Sim! O que você acha de escrever uma página em seu diário e descrever a sua participação na confraternização Aesttera, onde um outono carmesim opaco se estende no horizonte e pessoas em trajes de gala e máscaras de láparos dançam e se embriagam com o vinho da Maçã Sangrenta? Imagine-se caminhando entre os convivas, sinta o perfume de cacau, ouça Masked Ball, de Jocelyn Pook, para entrar no clima (esta música é a essência de Aesttera). E descreva, por fim, cada detalhe do que vê, cada sensação que a música lhe causa.
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
Indagações para imersão:
Qual é o cheiro d’este lugar? As cores em tons rubros opacos e a névoa rosé lhe transmitem quais sensações? Quais vestes você usa? Quem vai interagir contigo? Qual é o sabor do vinho da Maçã Sangrenta? Como é estar em um lugar tão fora da sua realidade, capaz de embriagar seus sentidos apenas com estímulos lentos e profundos?
Aqui, o tempo é uma mentira; portanto, nada pode ser adiantado ou atrasado. Aqui, você não pode fugir de si mesmo, pois você é parte essencial de uma totalidade. Você é importante aqui! Cada frase que você ler e cada palavra que você escrever terá um peso abíssico n’este Castelo lôbrego. E Aesttera é uma confraternização que te fará lembrar-se disso, com a esperança e o horror que pertencem a este outono que nasce agora, onde a decadência é insondável, mas, no coração, reside a esperança fértil da primavera de outrora.
O verão acabou, senhoras e senhores. Conte em seus diários como é a morte do verão para as suas percepções. Para ser ainda mais didática, abaixo está parte do que escrevi em meu Anfêmero, como personagem d’este universo raro.
Em vestes negras, vitorianas, caminho n’este jardim lúgubre e belo, carmim-acinzentado, com flores e folhas ressequidas. Minha pele é um marfim pálido, e eu ouço a música inebriante, como um ritual de invocação das criaturas do outro lado. O vinho da Maçã Sangrenta é doce; eu o aprecio enquanto caminho e observo tantas pessoas misteriosas. Recebo alguns olhares curiosos. Algumas pessoas sabem quem sou e me cumprimentam de longe, com uma tênue reverência e com um apreço e admiração que reconheço. É bom estar aqui, entre aqueles que compreendem a existência d’este lugar.
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
Use as palavras que fizerem sentido para você; não precisam ser rebuscadas, tampouco precisam ser comuns. Deixe que a Escrita guie teus dedos e teu coração; deixe que a Escrita se manifeste e, claro, envie para nós uma parte de seu diário sobre o que escreveste em Aesttera, para que possamos publicar na próxima edição do Castelo Drácula. Assim, você estará mais próximo de nós e d’este mundo único que estamos construindo.

Sahra Melihssa
Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e sua literatura é intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. No túmulo da sua literatura gótica, a autora entrelaça o terror, horror e mistério com a beleza mélea, o fantástico e o botânico, como em uma valsa mórbida… » leia mais

Esta obra foi publicada e registrada na 15ª Edição da Revista Castelo Drácula, datada de abril de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula. © Todos os direitos reservados. » Visite a Edição completa.
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