Imaginem-se em meio a uma bizarra situação em que todos devem ficar trancados em suas casas. As ruas estão vazias, a lua banha o asfalto silencioso, e o mundo está imerso em um estado de suspensão nunca experimentado. Você olha pela janela do seu apartamento e o vazio o encara de volta, um vácuo sombrio que parece conter obscuras verdades que apenas os ousados se atreveriam a descobrir. Através das sombras e do isolamento, a realidade se transforma, e tudo aquilo que era familiar agora se tranfigura em algo tétrico e ameaçador.

Nessas "Histórias de Lockdown", você é convidado a explorar o horror que reside nas margens do cotidiano aparentemente seguro. O toque de recolher é imposto, e o medo, antes um sentimento isolado, agora é coletivo — mas e se você, apenas uma vez, decidisse desobedecer? O que encontraria ao virar a esquina que todos evitaram por dias, ao seguir a melodia que parece te chama na rua deserta? O Lockdown é uma barreira para proteger você de algo muito pior que um vírus — talvez uma entidade, um demônio espreitando entre as fendas da realidade, um espectro faminto por aqueles que ousam quebrar as regras.

O horror, neste contexto, vem da invisibilidade do perigo e do confronto com a solidão profunda. As próprias paredes de casa se estreitam, parecendo sufocar. O tédio se transforma em paranoia, e o silêncio é pontuado apenas por ruídos inomináveis — passos no andar de cima, mesmo quando o prédio inteiro deveria estar vazio. O horror pode ser uma criatura horrenda ocultada na quietude, esperando pelo momento em que você se atreve a sair. Pode ser a voz que murmura pelo interfone, dizendo para você "não abrir a porta". Pode ser um vulto imóvel observado da varanda, estático, esperando.

Inspirem-se na inquietude que todos vivenciamos, mas dêem às suas histórias uma camada extra de estranheza. Transcendam o que foi real e criem o imaginário, o insondável. Deixem o terror brotar do simples ato de violar uma regra que o mundo impôs para sua segurança. Afinal, quem disse que tudo estava bem apenas porque as ruas não estavam vazias? Talvez o lockdown fosse mais do que apenas uma medida contra uma doença — talvez fosse a última linha de defesa contra o verdadeiro horror escondido no próprio coração humano.

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