Wallace Azambuja

Wallace Azambuja vive em Porto Alegre e estuda Letras na UFRGS. Sua paixão por sonetos é intensa e sua maior produção literária atual está voltada à escrita deste clássico formato poético. Atraído pelo mistério e profundidade da Literatura Gótica, o autor participou do Desafio Sombrio 2023, onde mostrou seu talento para o estilo obscuro e, também, na escrita de contos.

Desde cedo Wallace se apaixonou pela leitura, iniciando-a através de gibis e, depois, livros. Tem uma obra recém-publicada: “Soneto aos olhos e outras impressões”. O autor, intenso em sua escrita vinculada em suas experiências e sensações pessoais, afirma delinear em suas palavras uma desnuda sinceridade.

 
 
 

Entrevista

Onde você vive e onde nasceu?

Nasci e moro em Porto Alegre (RS).

Quais as formações que compõe o seu conhecimento?

Sou estudante de Letras (licenciatura em Português e Inglês) na UFRGS.

O que te atrai na Arte/Literatura Gótica?

Creio que a aura de mistério, ao mesmo tempo ameaçadora e atrativa, que aplicada de maneira balanceada e magistral numa manifestação artística ou próprio estilo de vida, nos condiciona a admirá-la.

Como foi seu processo de vínculo com a arte que você produz?

Em relação à minha prática de escrever (na maior parte, poemas/sonetos), muito se deve ao meu contato desde cedo com a leitura, desde gibis, passando por narrativas cada vez maiores, mais desenvolvidas, até chegar ao meu reconhecimento do poder da palavra, dos efeitos transmitidos por um bom livro — e escrita — e que podem impregnar o leitor de reflexões e sentidos para sua vida.

Quais são seus projetos artísticos?

No momento, como acabo de lançar recentemente meu primeiro livro, penso apenas que, em dois anos, talvez, eu esteja com poemas suficientes para produzir um novo título…

Quais outras artes você cria?

Além de poemas, quando consigo me desprender da forma tradicional, tento enveredar pelos caminhos do conto, da narrativa curta — como se vê, não vou além da escrita.

Quais artistas (músicos, escritores, poetas, pintores, etc.) te inspiram?

Falando sobre a literatura, penso que meu apreço pelo soneto (estilo de poema tradicional) veio muito da minha descoberta de Augusto dos Anjos, cujos versos “mórbidos”, escritos com toda aquela musicalidade, ficaram na minha memória até hoje. Também, muitos dos meus primeiros sonetos, aqueles que eu considerei dignos de algum valor, escrevi a partir da descrição de quadros que me inspiraram, muito dos quais do estilo impressionista (Claude Monet, Henri Martin, entre outros).

Recomende 3 obras suas para uma pessoa que não conhece a sua arte.

Eu indicaria meus textos presentes no Desafio Sombrio 2023, no qual apliquei meu gosto por fazer sonetos desenvolvendo poemas nessa temática, algo sem precedentes na minha experiência — escrevi até um conto! Além disso, meu primeiro livro de poemas, “Soneto aos olhos e outras impressões”, está disponível desde julho para quem quiser conferir; penso haver neles uma seleta daqueles que considero meus melhores poemas feitos até aqui. Ademais, em meu perfil no Instagram (@wallace_dnb) podem ser encontrados outros poemas/sonetos/leituras de minha autoria.

Como você enxerga a Arte/Literatura Gótica Brasileira?

No geral, penso que o clima brasileiro e sua mistura de tipos favorecem um rumo bastante peculiar para quem se interessa pela temática, podendo assim explorar diferentes formas do estilo.

Você usa referências brasileiras em sua arte? Como costuma fazer isso?

Não costumo referenciar explicitamente obras e artistas brasileiros nos meus textos, mas com certeza me baseio muito no que leio deles/delas, pois a literatura brasileira é riquíssima e estou sempre com alguma nas mãos.

Conte-nos qual é o estilo das suas obras?

Sou praticante assíduo do soneto, muito mais do que de outras formas, então procuro transmitir por meio desse estilo tradicional todo sentimento que viso expressar. Estes vão desde a mais dominante paixão (onde minha escrita ressoa algo do romantismo brasileiro junto à vivência contemporânea), passando por confissões de mágoas e/ou arrependimentos do passado, chegando até mesmo à utilização do poema como tentativa de parafrasear outras obras/ideias que me inspiram (como quadros, contos, músicas etc).

Você tem outras informações relevantes que gostaria de compartilhar com as pessoas que não conhecem sua arte ainda?

Procuro sempre em meus textos — principalmente os sonetos — trazer aspectos de minha própria experiência de vida. Não fosse assim, não haveria razão de dedicar tanto esmero à procura de rimas, de métrica… Sendo assim, a quem ler minhas obras, afirmo que podem contar com a quase absoluta certeza de estarem diante da mais desnuda sinceridade.

 
 

Obras do Autor

 
 
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