Júlia Trevas
Júlia Graziela Pereira Trevas é uma escritora de 29 anos, natural de Campina Grande, Paraíba. Formada em Letras - Inglês pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), também atua como professora de inglês. Sua paixão pela escrita começou ainda na pré-adolescência, quando compunha pequenos versos. Mais tarde, ao ingressar na faculdade, aprofundou-se na literatura gótica, que hoje é uma de suas principais influências criativas. Uma curiosidade interessante é que “Trevas” não é um nome artístico, mas seu verdadeiro sobrenome, especula-se que a origem do sobrenome de sua família seja derivado da palavra traveller que em inglês significa viajante.
Entrevista
Sou natural de Campina Grande, PB, onde nasci e continuo residindo até o presente momento.
Sou professora de inglês formada pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Minha atração pelo gótico começou ainda na pré-adolescência e foi se consolidando ao longo dos anos. Sempre me fascinou a ambientação sombria, as facetas do gótico que podem ir desde a magia ao grotesco, principalmente, a riqueza da literatura gótica. Esse universo me cativa pelas suas nuances, como o gótico feminino, que não apenas explora temáticas profundas e sensíveis, mas também me inspira a escrever sobre personagens femininas complexas. Para mim, a literatura gótica é uma quebra de padrões, um espaço criativo onde posso expressar minhas ideias e explorar emoções de maneira significativa.
Minha paixão pela escrita começou na pré-adolescência, quando rascunhava histórias e poemas, descobri que queria ser escritora. Mais tarde, reuni e revisei alguns dos poemas dessa época no meu livro de poesia, Elegia. Grande parte da minha produção é influenciada pela literatura gótica, um tema que explorei profundamente durante minha graduação em Letras - Inglês, consolidando ainda mais meu interesse pelo gênero.
Atualmente, meus projetos literários estão focados na escrita de contos. Minha inspiração vem de relatos orais sobre aparições sobrenaturais e outras narrativas populares, incluindo aparições de OVNIs e lobisomens em pequenas cidades entre outras ideias além disso, me direciono para os estudos da literatura gótica e suas adaptações.
Desenhar é algo que gosto muito, embora não pratique com frequência. Também tenho a fotografia como hobby, e nela busco incorporar elementos sombrios e uma estética que remete ao gótico. Tento explorar esses aspectos tanto nas edições quanto nos cenários que fotografo, como ruínas e a própria natureza.
Minhas inspirações vêm das escritas como as de Clarisse Lispector, Anne Rice, Edgar Allan Poe, Augusto dos Anjos e André Vianco e até mesmo a Lovecraft, que influenciam meu apreço pela melancolia e pelo sombrio. Musicalmente, sou apaixonada por vertentes do metal e do gótico, e minhas bandas favoritas incluem Sisters of Mercy, Charon, Stratovarius, Nightwish entre outras. Na pintura, admiro as obras de Bouguereau, especialmente o quadro “Elegy”, além das obras do Romantismo, admiro também “As Visões de Hamlet” de Pedro Américo. Por fim, sou encantada pelos poemas ilustrados de William Blake, que unem poesia e pintura de forma única.
Recomendo os poemas “Eu Não Sou Edgar Allan Poe”, “Bater de Asas” e “Coruja Preta”, todos presentes no meu livro de poesia Elegia. Cada um deles reflete aspectos únicos do meu estilo e da minha conexão com a estética gótica e a introspectividade.
Acredito que nossa literatura é extremamente diversa e rica, especialmente no campo da poesia. Tenho grande apreço por autores como Cruz e Souza e Augusto dos Anjos, e admiro a habilidade e a inovação dos autores e das autoras atuais, muitos dos quais tenho a felicidade de acompanhar e estimar. Meu desejo é contribuir, ainda que minimamente, para o reconhecimento da literatura gótica brasileira. Contrariando a ideia de que o gótico não combina com o tropical, acredito que é possível abordá-lo de forma criativa e original, distanciando-se da idealização virginal e dos exageros em torno de amores impossíveis ou não correspondidos, tão comuns em outrora.
Uso muitas referências brasileiras em algumas de minhas histórias algumas delas ficam guardadas apenas para mim e outras são mais fáceis de se perceber, especialmente aquelas ligadas ao meu estado, a Paraíba. Perto de onde moro, há uma cidade histórica chamada Areia, conhecida por seu clima agradável, quase sempre nublado ou chuvoso. Costumo imaginar Areia em um período regencial fictício, incorporando esse cenário nas minhas narrativas. Tenho grande admiração por Augusto dos Anjos, meu conterrâneo, e já tive a oportunidade de visitar o famoso tamarindeiro presente em seus poemas.
Meu estilo de escrita pode transitar entre o fantástico, o gótico e o terror, com uma atmosfera marcada pela melancolia e pelas inquietações da mente. Nos meus contos gosto de explorar eventos estranhos e bizarros, como aparições de OVNIs e criaturas da noite, que despertam a curiosidade e o desconforto do leitor. Além disso, busco inserir simbologias e representações nos personagens e nas histórias, conferindo a eles camadas de mistério. Na poesia acredito que minha escrita é mais emocional e voltada para a natureza noturna enquanto nos contos exploro premissas mais abertas ao terror.
Obras da Autora
A autora ainda não possui textos publicados no Castelo Drácula.
Foi aprovado pela Comissão das Trevas do Castelo Drácula.