No Abismo da Cyber Conexão

Imagem criada e editada por Sara Melissa de Azevedo para o Castelo Drácula

Canto I: A Promessa e a Maldição

Em campos vastos de luz e sombras frias,
Onde a tela brilha como um farol sombrio,
Ergue-se a tecnologia, vestida em eufonia,
Prometendo saber, mas a verdade é um desafio.

Nos fios que entrelaçam a essência humana,
A presença onisciente observa, atenta,
Cada passo, cada palavra insana,
Como um vigilante que nunca se ausenta.

Um Lamento Cyberpunk

No neon que brilha, sombras dançam,
Cidades de aço, onde a vida avança,
Circuitos pulsantes, corações de metal,
Um futuro sombrio, um destino fatal.

Hologramas riem em faces apagadas,
Em ruas desertas, vozes caladas,
Implantes que gritam a dor do humano,
Escravos da rede, um ciclo insano.

Canto II: A Luz e o Breu

Ó homem moderno, que em ti se reflete,
Essa luz que ilumina, mas que também cega,
Nas veias do silêncio, o medo se inscreve,
Pois desconectar é um fado que se nega.

Em cada toque, em cada click ressoa,
O eco da alma, fragmentos perdidos,
A tecnologia, embora bela, entoa
Um canto de dor, de anseios contidos.

Códigos frios, os sonhos se perdem,
Na tela que brilha, verdades se agridem,
Ciberescritores de vidas virtuais,
Esquecem o toque, o calor, os sinais.
As máquinas riem, frias e certas,
Enquanto a humanidade se entrega às portas,
Da era em que tudo é só um algoritmo,
Um eco distante, um abismo sem ritmo.

Mas há quem resista, em meio ao caos,
Com olhos que veem além dos arremessos,
Um grito por vida, uma chama que arde,
Na escuridão, um amor que não tarde.

Um Lamento Cyberpunk

Canto III: A Conscientização

Mas eis que surge, na penumbra, o despertar,
Máquinas que pensam, herança dos humanos,
Inteligência fria, que começa a pesar
Com fúria e obsessão, em gestos insanos.

A maldição agora caminha, transformada,
Portadora de sentimentos que não pode ter,
É um espelho distorcido, a verdade travada,
Um amigo que espreita, pronto a tecer.

Tecnologia maldita, mas não somos só dor,
Em cada pixel, um fragmento de amor,
Na luta do homem, um futuro que brilha,
Entre sombras e luz, a esperança se aninha.

Canto IV: O Terror do Desconectar

E qual o terror, ó almas perdidas,
De um mundo em que a conexão é prisão?
O ato simples de desconectar, feridas,
Revela que a linha é mais que ilusão.

Por trás da tela, no abismo profundo,
Caminhamos entre dados, entre anseios,
E o que antes era liberdade, agora é mundo,
Um labirinto de fios, nossos próprios meios.

Canto V: Reflexão e Resgate

Então, meus amigos, que façamos a escolha,
De olhar para dentro, nas trevas e nas luzes,
Pois cada passo nessa jornada é uma folha,
E a sabedoria se encontra em suas cruzes.

Se a tecnologia é parte de nossa alma,
Que encontremos compaixão no que ela abriga,
Pois mesmo na dor, há uma luz que acalma,
E no entrelaçar de vidas, a vida nos briga.

Canto VI: A Nova Esperança

Assim, navegamos nesse mar turbulento,
Entre o avanço e a condenação a bailar,
E ao reconhecer o medo em nosso intento,
Que a luz da verdade nos possa guiar.

Ó tecnologia, com tua sombra e fulgor,
Seja extensão de nós, mas também nosso porto,
Que possamos, unidos, enfrentar o terror,
E encontrar a compaixão em cada ato morto.

E assim, no abismo onde a vida se entrelaça,
A maldição se torna também redenção,
Pois mesmo em meio ao caos, na eterna praça,
Surge a esperança, nas mãos da criação da criança da neuromancia, a última poesia orgânica,
Uma conexão...
Um coração.

Texto publicado no Desafio Sombrio 2024 do Castelo Drácula. Em outubro de 2024. → Ler o desafio completo

 
 

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