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Como não poderia deixar de ser, tamanho Castelo não teria somente minha presença em suas dependências… vejo que estou acompanhado por mais pessoas: homens e mulheres, das quais já sei alguns nomes, dividem comigo esse espaço. Listarei a seguir os que tomei nota.

Astrid, essa quem vi na posse do que parecia um diário (datado de 1880? isso mesmo que eu lera?); Anelly, cuja figura pálida, quase vampírica, por excelência, somada ao seu expresso apego por poemas e vinhos dispostos no lugar, atiçam de maneira peculiar a busca por querer saber mais sobre ela… Rute Fasano, uma presença que eu consideraria a menos digna de receios nesse Castelo; sua atenção dada às plantas, aos animais do ambiente… isso me leva a crer que seja, talvez, uma bióloga, cujo interesse deve abarcar tanto os domínios de sua presumida área quanto o mundo sobrenatural, que possivelmente nos rodeia… Uma estudiosa, por certo. E Maria, na companhia de seu gato (Jason creio ser o nome dele) … parecem estar aqui para algum objetivo específico, visto que ela e o felino parecem até se comunicar…

Entre todas essas figuras femininas, cujos nomes eu anotei, uma não consta por não saber justamente como chamá-la… com seu aspecto de verdadeira estirpe guerreira, imponente e, pelo que pude reparar — ainda que ela tentasse esconder, ao que parece —, dotada de arco e flechas… tudo isso me dá a certeza de estar num lugar completamente especial, fora de qualquer cogitação na tentativa de classificá-lo.

Digo fora de classificações por se tratar de um Castelo, aparentemente, à margem da realidade visível… chego a essa momentânea conclusão a partir das impressões vindas de outra presença nas torres desse lugar: Olga… Olga Nivïttiz (seja lá como se pronuncia esse seu sobrenome, anotado por mim ao bisbilhotar seu diário, ao que parece, que ela deixara de lado num raro momento, sobre um móvel do Castelo). Essa mulher, ao que tudo indica, possui algum tipo de conhecimento muito além do que eu poderia imaginar; talvez, contenha sob os bolsos de seu manto, dessa indumentária longa e escura que arrasta pelos corredores, a própria resposta para as perguntas que me surgem desde que passei a fazer parte das dependências desse habitáculo… algo assim não deixa de ser misterioso e, ao mesmo tempo, fascinante para querer solucionar…

Não registrei nas linhas anteriores os nomes de homens que frequentam o Castelo, mas com certeza (para deixar também aqui anotado) eles devem estar presentes: prova disso são os poemas e contos que pude ler, de autoria de alguns deles, sem menção a suas alcunhas, mas assinalados com os dizeres “escritor membro do Castelo Drácula” …

Finalizo agora essas anotações, prestes que estou a arriscar uma exploração maior pelos aposentos. Há pouco, vi o que parecia ser uma enorme entrada, numa das galerias daqui; por ela, tenho quase certeza de ter visto um fumacê de cor roxa… algo estranhíssimo e que, do mesmo modo, parece gritar pela minha presença…

Texto publicado na 3ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datada de março de 2024. → Ler edição completa

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