3ª Edição, Ano 1
Março de 2024
Meus cumprimentos mais amáveis a você. Que honra inominável receber-lhe aqui mais uma vez. Percebe que há uma aura diferente nos arredores? Sim, sim. Uma névoa violeta envolve o abismo e os pinheiros que ornamentam a paisagem de cada uma dessas janelas. A lua reluz em um púrpura pálido, quase anil, e as densas nuvens contam uma história sobre ametistas e orquídeas. No entanto, há um silêncio espectral que nos envolve, denso o bastante para ilusinar-se tangível.
Esse vasto silêncio sombrio narra-nos uma história sobre a morte, o medo e a paixão; dentro de suas entrelinhas, podemos identificar uma poética melancólica, espiritual e fúnebre. Aqui, nesta edição de março, especial Violeta, você passará por cada um desses fundamentos desvelados pelo sombrio silêncio e pela paisagem lilás. Permita-se afundar no mistério e deixe um pedaço de sua alma comigo, pois as coleciono. Confecciono pequenas cúpulas de cristal para colocá-las, protegidas, sob o calor de uma chama que as aquece enquanto exala um doce aroma.
Venha. Há muito o que apreciar. Após cada imersiva leitura e cada minuciosa admiração, você poderá vir a meus aposentos, sob este sopro gélido de cor índigo-arroxeado, para me dizer suas impressões sobre os ínfimos detalhes. Então, com amável carinho, direi que você não mais pode acordar deste estranho sonho.
Sara Melissa de Azevedo
Mensagem da Anfitriã
As Crônicas do Castelo Drácula
Biblioteca do Castelo
Destaque do mês: Autora Valesca Afrodite Gomes
Contos Penumbrais
Sepulcro Poético
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Cronistas deste mês:
Capítulos
Ainda não havia encontrado Malus, mas muito me foi oferecido no Castelo Drácula. Fui instalada em um suntuoso quarto vitoriano…
Nenhuma voz, nenhum som garganta afora…
Ao abrir a porta, não consegui enxergar muito bem, mesmo com a visão de vampira, me senti como a míope que fui outrora…
Não registrarei a data, pois nãos disponho mais deste conhecimento, deixo aqui o horário…
4 de dezembro — Ainda não tomei coragem para socializar com outros membros do Castelo, fico com receio de…
Como não poderia deixar de ser, tamanho Castelo não teria somente minha presença em suas dependências…
Preso aos limites de um castelo antigo, hoje me encontro, mas não era assim quando eu andava só floresta adentro a matar infiéis…
Caminhava eu, cautelosamente, sobre os paralelepípedos ainda úmidos da decrepita rua. Se tratava de um trajeto bastante íngreme…
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Destaque do mês
Autora Valesca Afrodite Gomes
Valesca nasceu no Rio de Janeiro (RJ), cursa Ciências Biológicas, encontra-se no último período. Tem paixão por ciências, subcultura gótica, livros, seres sobrenaturais, ficção científica, cemitérios, igrejas e morcegos, ela também é voluntária em um projeto de divulgação científica…
Valesca cativa com sua narrativa fluida e agradável, ao mesmo tempo em que incorpora reflexões profundamente humanas em seus contos.
“
Valesca A. Gomes é a grande destaque na terceira edição do primeiro ano do Castelo Drácula, graças à sua habilidade singular de capturar a atenção do leitor. Sua prosa, rica e envolvente, não apenas transporta o leitor para o coração de suas histórias, mas também estabelece um vínculo profundo com ele a partir da narrativa apresentada.
Dotada de um talento incomparável, Valesca encanta seus leitores com uma fluidez narrativa que aguça a imaginação a cada página. Nesse universo enigmático do Castelo Drácula, ela parece aprofundar ainda mais seu dom literário. Seu conto, “A Noiva em Ruínas”, destacou-se como um dos mais apreciados na edição anterior, consolidando sua posição como uma escritora cuja obra é essencial para os amantes da literatura.
Comentário de Sara Melissa de Azevedo
Condenei-me a viver entre paredes de concreto e pedra fria, quando minha mente queria fugir para as florestas, admirar a altura das árvores…
Finalmente comecei a ter boas noites de sono; fazia tempo que eu não dormia bem. Os chás que tomei com Ameritt…
Na minha maldição de viver muitas vidas, ainda tenho a vã esperança de encontrar, além dela, todas as minhas almas amigas…
Quando o lockdown começou, muitos falavam sobre o fim dos tempos; como negar isso? Eu via apenas o nada lá fora, apenas fragmentos de uma…
Observo da janela o vazio lá fora; tudo está abandonado, assim como eu aqui dentro. O silêncio é preenchido apenas pelo sussurro do vento…
Samuel sempre foi um entusiasta da tecnologia. Desde pequeno, ele tinha um fascínio por tudo que conectava humanos…
Tia-avó Antônia era considerada "a tia legal”; adorava crianças, animais, coisas estranhas. Morou por muito tempo com a tia Vitória, irmã mais velha…
Perdida na confusão dos meus pensamentos, me encontro prostrada nas ruínas da minha própria existência. Em um receptáculo onde os raios…
O cemitério daquela pequena cidade era um lugar de solidão. Todas as noites, ele era envolto em névoa, como se houvesse um manto translúcido cobrindo…
Em um mundo repleto de diferenças e subjetividades, nem todas as preferências são iguais. Para alguns, o despontar…
Eu o vi afastado entre as aberturas de meus dedos afastados. As mãos sobre minha face ferida, apertadas com designo…
Com o passar do tempo, — esse extraordinário deus, bem como o rio Lete que em suas límpidas e serenas águas…
Minha querida A.: Penso em você constantemente, e isso tem me afastado de Deus, pois pensar em você é pecar…
Uma sombra a cavalo se movia | Sob as chuvas torrenciais de agosto, | Uma capa escura o protegia | Enquanto um chapéu ocultava seu rosto…
Ouviu Dama Sonura a lacrimar | Com alma e solidão, preces soturnas, | Ao sopro d’um abismo à chuva-lar | Que dela faz as letras tão noturnas;…
Qual luz de um céu distante, inalcançável, | Sonhando formas de abraçá-la um dia… | A essa altura os pensamentos vagam...
Preso aos limites de um castelo antigo, hoje me encontro, mas não era assim quando eu andava só floresta adentro a matar infiéis…
A morte-rubi me espreitando | E o choro adornado de medos, | Escuro-carmim sufocando... | Dois olhos me incitam segredos...
Ao atravessarmos a encruzilhada, | desprezamos segmentos remotamente | nascidos da tal conformidade enredada, …
História de anciões, cantigas, lendas: | Terreno por selvagens percorrido; | Avesso a humanas leis, segundo a crença, | Lugar de estranhas vias, sons, gemidos…
Profanei a minha existência | Me levando na falência | De percorrer no insólito | Escuro entardecer… | Prendi meu ar persistindo na expectativa,…
Agora que concluiu a leitura desta edição, que tal mergulhar novamente na anterior? Você (re)descobrirá poesias de uma profundidade indescritível, curiosidades fascinantes sobre os autênticos Castelos de Drácula, e terá a oportunidade de aprofundar-se nas obras de nossos autores enquanto nós preparamos a quarta edição para você!
Com as mãos trêmulas, levo mais um copo de whisky à boca. O sabor forte afoga minha língua e anestesia a sensação…