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Por que diabos entrei num lugar chamado Castelo Drácula? Eu já não ouvira falar sobre esse nome (um ser maligno, até onde sei, cujo mal é morder as pessoas e desafiar sua sanidade)? Estaria falando então sobre o próprio diabo? É em sua casa, em seu castelo que me fui colocar? Por que diabos o diabo me iria convidar?

Se é sobre o mal que pesou minha escolha, pensando encontrar aqui um lugar para depositar esse mesmo mal que, talvez, habite em mim, certamente que é curioso imaginar… Onde habita a maldade em mim? Ora, não sou nenhum vampiro, nenhum assassino; pelo que sei, o máximo que cheguei de cogitar atentar contra alguma vida, fora a minha própria… Mas, até onde também sei, foram laivos da juventude, logo superados ou, pelo menos, contornados, tendo em vista a maturidade que teve de chegar…

Fosse por essas reflexões, eu não deveria estar aqui, muito menos me sentir atraído pelo lugar… Mas acontece que já estou. Sinto que, ao entrar nesse Castelo, acato um convite irresistível de recusar. Será o resultado de minha procura incessante pela beleza? essa beleza que procuro há muito e, de tanto cavoucar e nada enxergar, me fez dar essa volta e achar as paredes frias, mas sólidas do Castelo? Estaria tal venustidade entranhada nas formas lúgubres, mas sensíveis, dessas muralhas? O anfitrião ou anfitriã desse Alcácer… possuiriam a chave dessa minha procura?

Ditas todas essas considerações, adiciono aqui o seguinte: desde que vim fazer presença no Castelo, seu anfitrião — ou anfitriã, ainda não sei dizer ao certo — me solicita apenas, como um tipo de passe, que redija alguns textos de acordo com a atmosfera do lugar. Sendo assim, venho escrevendo (e com estranho gosto, não posso negar) poemas nos quais utilizo a antiga técnica do soneto (ontem mesmo finalizei mais um!).

Vejam bem: antes de entrar aqui, eu já escrevia, e fazia bastante uso dos sentimentos amargos que achei de acordo a serem explorados na feitura desses textos solicitados por ela… ou por ele. O que me faz pensar: será que não achei, no fim das contas, um necessário caminho para dar nas vistas de quem, de fato, procura por essas expressões… artísticas? Será o Castelo Drácula um endereço ao qual cheguei por obra das mesmas forças que me impingem a escrever e que, agora, encontram seu lugar sob essa “sombra mecênica” que ainda não sei definir?

Continuarei a explorar…

Texto publicado na 2ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de fevereiro de 2024. → Ler edição completa

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