Vigília
A noite não traz paz, não traz sossego,
O que refúgio foi não mais consola…
O lar virou covil do desespero —
Sabendo a fuga disso estar lá fora…
Usar inutilmente um travesseiro,
Enquanto o que, de fato, me conforta
Apenas é o repouso que prevejo
No lado exterior de minha porta…
Insone, até parece que’u escuto
Os passos de quem chega no escuro…
Dizendo rente à minha cabeceira
Aquelas mais incômodas palavras:
“É tempo o que tu perdes e perderas…
É tarde pra colher da tua lavra…”
Wallace Azambuja vive em Porto Alegre e estuda Letras na UFRGS. Sua paixão por sonetos é intensa e sua maior produção literária atual está voltada à escrita deste clássico formato poético. Atraído pelo mistério e profundidade da Literatura Gótica, o autor participou do Desafio Sombrio 2023, onde mostrou…
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