
Velas Para Dezembro
Repartir as flores, espanar o mármore… | adornar aquele nome, | ofuscado na poeira. | Dar, ao ontem, um regalo…
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Imagemxuberante
Mais uma foto que meu peito agita… | E tudo o que fazia, agora, estanco. | Imagemxuberante, tão bonita… | De cores vivas (mesmo em preto e branco)…

O Degelo da Rosa
É o medo de nadar no lago, | e afundar no raso, | e morrer sem ar. | É o medo de inundar o peito, de fôlego e de amor, | E findar no nada, | e, no oco do inferno…

Flor da Lua
Coragem, amor, | pois a vida é ligeira em inundar o que vem vazio. | Cobre-te de ouro e falsa seda, | protege-te do espinho e perderá, também…

A Queda do Inferno
A chama comia papel — desordenada, a mando maior —, | Rasgaram livro na praça, | Devoraram à mocidade, também…

Castelo Drácula
Adentro no mor lôbrego Castelo | Tal corpo em algor mortis, tão mordaz… | Soturno a mim murmura sobre um elo | Dest’alma condenada que me faz;…

Dança na Cripta
Pelas facetas da solidão, meus passos enveredavam em uma dança extasiada. | O toque do vento, por vezes, era a única caricia que restava;…


Pergaminhos esfumaçados
Nos ermos turvos, sob a névoa espessa, | Engrenam-se os dias num ciclo enferrujado, | corações de cogs, reluzindo em pressa, |
pulsam mecânicos num tempo quebrado…

Simbologia de uma torre imponente
Definha’s estruturas obra inacabada | Abalada em si pela agonia | Bela torre bradava ao céu alada | Babel em momento de alegria…

Crisálida do Vazio
O que sou senão um mero errante, | Um grão de areia à beira de um abismo, | Um mero sussurro em um tempo vacilante, | Moldado em pranto, pó e sofismo?…



A Bruxa na Lua
Tinha uma bruxa na lua... | Eu sei, | Eu vi. | Subia, ao fim da rua, num ruído verdejante de poeira... poeira de livro velho. | Pó de cravo, sálvia do inverno…

Serei Póstuma?
Temer tornar-se póstuma poeta | Amarga-me a ponto d’um malfeito: | Tirar d’um literato a sua costela | E pô-la, ensanguentada, no meu peito…

A Verdade sobre o mundo: Nemonium
No limiar onde o tempo se parte, | e o azul-cinza sangra o real, | trovões sussurram em fendas abertas, | dançando na pele do imortal. | Ninguém escapa. Ninguém…

Flor da Morte
Mui bela, azulínea, pulcro aroma… | Enflora desolada finitude… | Ó, pétalas de seda! Eis meu sintoma: | Saudade… terra úmida, ataúde…

A Travessia
Sob o manto escuro da noite, eu a vejo, | uma ponte feita de ossos e madeira antiga. | Ela desperta com o som de trovões, | um caminho que chama meu nome…

Filha da Noite
Sob o luar, ela vaga em beleza sombria, | Enquanto a lua sangra em melancolia. | A noite envolve, com véu de tormento, | Versos em tumbas…
