Velas Para Dezembro
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
Repartir as flores, espanar o mármore…
adornar aquele nome,
ofuscado na poeira.
Dar, ao ontem, um regalo.
Quantas vidas teria vivido?
Quantas horas de brusco encontro?
Quantas idas ao mercado?... O relógio parou.
Dorme, sepultado em pedra.
Dorme, mas sempre me deixa
recado.
“estive por mim… vivi e ousei;
soube amar!”
Fora cristalizado em pleno vôo,
o pássaro,
no âmbar de um dezembro passado.
E a chuva, maldosa,
inquietava às ondas e
escondia o luar.
Fora, ele, um peixe
na contra-correnteza.
Um quase general.
Tão pouco sabia odiar…
Bem conhecia o outro lado
da moeda e da história.
Escarrava aos reizinhos, filosofava no botequim,
com o bandolim de um amigo
a cantar.
Sonhava, em fôlego de Homero,
com o sopro morno
do litoral.
Com a liberdade
e a ventania
sacra
que surge da bruma do mar.

Lídia Machado
Vivendo por entre bibliotecas e saraus, desde o início de sua juventude a autora Lídia Machado vem tecendo íntima conexão com a poesia e com a escrita. Primariamente, cronista e fabuladora nas aulas de redação. Depois, aos quinze, jornalista estagiária as quais saía, de mototáxi – munida de coragem e de pouca bagagem profissional – rumo aos eventos da charmosa Limoeiro do Norte. Entrevistas, escrita e até mesmo o contato com antigos e leais assinantes do jornal. Também nascia, ali, o amor pela fotografia. Aos dezenove, iniciou como… » leia mais

Esta obra foi publicada e registrada na 15ª Edição da Revista Castelo Drácula, datada de abril de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula. © Todos os direitos reservados. » Visite a Edição completa.
Adentro no mor lôbrego Castelo | Tal corpo em algor mortis, tão mordaz… | Soturno a mim murmura sobre um elo | Dest’alma condenada que me faz;…