Serei Póstuma?
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa, para o Castelo Drácula
Temer tornar-se póstuma poeta
Amarga-me a ponto d’um malfeito:
Tirar d’um literato a sua costela
E pô-la, ensanguentada, no meu peito.
Na lira-languidez que aqui sonuro,
Segredo os meus mais lídimos anseios…
Regai-vos meu caixão de cedro escuro
Com vosso admirar que tarda alheio!
No lôbrego noturno ler-me-eis
E então, pois, sentireis o meu plangor
Ao pé d’ouvido: “Póstuma” direi…
P’ra alguns, elã; p’ra outrem, horror!
Verei persignar-se espavoridos
Aqueles editores, corrompidos,
Dirão: “Misericórdia!” e os bons: “Valor!”.