
4 Poemas Entre a Vida e a Morte, escritos por Aslam E. Ramallo
Aslam E. Ramallo é um artífice da palavra cuja poética nos conduzirá ao âmago mais profundo do existir, onde a vida pulsa em sua crueza e a…

O Teatro Perfeito
Perfeito, o Teatro — e nele a decadência | As máscaras são telas luminosas | Personas em suas tantas aparências | Roteiro de ventura confragosa;…



A Bruxa e o Cadáver
— Levanta-te morbígero cadáver! | Teus olhos vítreos pálidos reluzem! | Odor de morte antiga que paláver | Sem verbo zumbe horrores que conduzem;…

O Regresso ao Bastidor
No palco etéreo da sala escura, | ergue-se a vida vestida de fantasia, | com gestos vãos, em atitude impura, | finge um riso e esconde a melancolia…

Divina Presa
No ventre palestino o prometido, um dia, | Nasceu de uma virgem, sob luz de profecia. | Filho de Josué, do Espírito gerado, | Foi pelo rei temido, em berço arado…

A chegada - Homenagem a Ozzy Osbourne
Quando Ozzy desceu ao abismo profundo, | recusou pactos com o barqueiro sombrio. | Seu óbolo entre as joias do príncipe eterno, | e as cordas vocais que evocam poder e frio…

Glória a Lúcifer!
Dê-me da escuridão que em ti reluz, | Glória e louvor a Lúcifer, o anjo de luz. | Apareça em santas trevas e deformidade, | E riremos juntos da celestial Divindade...

Aura Lúgubre
Sua obscura canção não pode encantar | Os surdos ouvidos de quem te condena. | Toda a sepulcral beleza põe-se a poetizar, | E aos olhos deles, você apenas blasfema.



Sonho Mortal
No topo de uma profanada capela | nos antros de um cemitério | está ela, a vampira infernal, | feito gárgula fêmea ensandecida | sobre um macho cadáver humano.


Chronos, o Faminto
Sou tal qual o monstro de Goya, | sou a fera cruel que te condena | a ser o alimento da minha fome, | devoro-te com o phallus e com a boca, | sou Chronos, o faminto…



Cântico da Fé Profanada
“Pois bem antes do verbo, houve o grito. | E bem antes do céu, houve a carne. | E bem antes do amor, houve o medo. | E o medo moldou os deuses.”…

Desintegração
Os ossos doem, | Gélidos. | O último abraço | Arrancou-me a pele. | A carne, | Outrora viva, | Longe do corpo | Apodrece…
