O Sapateiro e o Gigante
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
Na beira do oceano ficava uma aldeia de pescadores. Era um vilarejo pequeno, lugar muito pacato onde a maioria dos homens trabalhava no mar, seus barcos de pesca espalhados pela baía de águas calmas, que se formava logo em frente à praia branca do píer. Ali também morava um sapateiro, moço novo que tinha aprendido a profissão com seu velho pai. Desde pequeno ele ajudava a engraxar os sapatos, reformar couro gasto e colar meias-solas. O rapaz tornou-se muito bom naquele ofício e aprendeu a construir botas muito resistentes. Seus sapatos tinham ótima qualidade, encaixavam perfeitamente nos pés dos clientes, amorteciam a pisada com a base cheia de cortiça e a costura apertada não deixava que qualquer umidade adentrasse. Além de tudo, eram bonitos, com forma perfeita e verniz de brilho impecável.
As botas que ele fazia eram muito apreciadas pelos navegantes e aventureiros que vez ou outra passavam pela aldeia. Também tinha exímia habilidade com sapatos finos, com seu acabamento primoroso para vestir autoridades e também belas moças. Ele, como ninguém, sabia fazer saltos firmes que ainda assim eram confortáveis.
O sapateiro ficou conhecido pela qualidade do seu trabalho, viajantes de todo o mundo aproveitavam para fazer suas encomendas quando seus navios mercantes estavam aportados, principalmente os marinheiros que precisavam de botas resistentes para a lida no mar, que não fossem se corroer facilmente com a umidade e o sal.
A vida naquela aldeia era muito calma e lenta, os anos se passaram vagarosamente durante toda a juventude do sapateiro. Todo dia, com o nascer do sol no leste, os barcos eram desamarrados do píer e enchiam a paisagem até onde o horizonte se confunde com o céu. Quando caía a noite, as luzinhas no mar, guiadas pelo pequeno farol que ficava no desfiladeiro da ponta da praia, regressavam para o atracadouro e esperavam até o dia seguinte para partir novamente em busca de mais cardumes.
O sapateiro tinha sua oficina bem perto da praia e trabalhava o dia todo observando os barcos dos pescadores, ele conhecia muito bem qual era cada um, tinha uma visão privilegiada e desde longe identificava as cores e listras dos barcos de madeira dos seus amigos e familiares. Ele mesmo não gostava do balanço do mar, nas poucas vezes que esteve sobre as águas, logo quis estar de volta em terra firme. Seu negócio era a firmeza de uma banquetinha de madeira e as fôrmas de sapatos onde esticava o couro. A luz do sol ajudava a enxergar seus afazeres e por isso nunca forçava a vista em trabalhar depois do anoitecer. Iniciava cedo a sua rotina, mas também nunca apressou nenhuma encomenda.
Apesar de tudo, ele tinha sua proximidade com o mar, o azul era uma imensidão companheira quando desviava os olhos por alguns instantes naquela visada do grande manto com suas espumas e seus brilhos prateados na ondulação das águas. Depois voltava ao seu trabalho, com sapatos no colo, sobre o avental de lona sujo de graxa e verniz. Quando parava à tarde para beber um café, que se misturava ao cheiro dos vernizes presos na sua mão, também olhava contemplativo para o mar enquanto as cores mudavam. O horizonte se escurecia mais que o entorno, e o ocre do céu se dissolvia nas águas que tinham um cintilar reflexivo muito brilhante. Corria o olhar por toda a extensão reconhecendo os pontinhos mais distantes, desde o mar aberto até o desfiladeiro na ponta da praia. Assim ficava tanto tempo que às vezes a bebida se esfriava na sua caneca de esmalte. Quando o farol se acendia ao longe, ele finalizava o seu dia de trabalho, recolhendo as ferramentas e lavando os pincéis. Não forçava mais a vista com a luz fraca do cair do dia. Seus amigos marinheiros diziam que esta visão era uma dádiva invejável, habilidade muito boa para quem vive do mar, e que era um desperdício para quem fica na terra trabalhando com objetos que sempre estão ao alcance das mãos.
O sapateiro, muitas vezes recusou timidamente convites para se juntar às pequenas expedições de pesca. Ele não se interessava em ver o que o mar trazia até ali, mas se perguntava o que existia muito adiante, depois daquela imensidão de águas. Como eram os lugares das histórias que os viajantes contavam? Os tais desertos e geleiras? Tinha imagens imprecisas na imaginação, mas também pouca disposição para procurar torná-las mais nítidas.
Eis que um dia tudo mudou, um dia comum em que nada precisava mudar. Neste certo raiar de brisa manhosa, o sapateiro foi o primeiro a ver, quando abria sua oficina. Quando fitou o horizonte, ainda antes do sol despontar na aurora, muito ao longe algo estranho vinha pelo mar. Era a figura de um homem gigantesco, em que primeiro surgiu sua cabeça, com seus olhos fixos e um bigode aterrador, depois, conforme se aproximava da costa, seus ombros também emergiram das águas desafiando o senso de proporção de quem olhava desde a praia. Era tão grande, que, sendo grande, parecia estar perto, mas não poderia ser, pois ainda estava longe.
As pessoas da aldeia se juntaram para ver, primeiro forçando os olhos, com a mão reforçando as sobrancelhas, mas depois tudo ficava mais evidente. Com medo, os homens não queriam embarcar para a pesca, os que já tinham saído, rapidamente regressaram e amarraram os barcos novamente. Toda a gente, aos poucos foi se retirando. Apavorados, alguns se trancaram em suas casas, outros tentaram fugir para a serra. Logo se podia sentir um tremor em cada passada lenta que o gigante dava na direção daquela aldeia. O mar ficou revolto e virou os barcos do cais, as ondas eram imensas e invadiram as casas da beira da praia. Aquele homem foi emergindo da baía, pouco a pouco revelando a sua altura, até que cobriu o sol do quase meio dia. Então parou onde já era raso o suficiente e apenas os seus pés estavam submersos.
Tudo ficou quieto um instante enquanto o mar se acalmava. Logo mais o gigante, com sua voz grave, que parecia um trovão, chamou “Sapateiro!”. Não houve nenhuma reação, o rapaz estava tremendo de medo em sua própria casa. Depois de alguns minutos o gigante tornou a chamar “Sapateiro!”, e chamava insistentemente a partir de então “Sapateiro! Sapateiro! Sapateiro!”.
O sapateiro sentiu o peso da responsabilidade recair sobre si, só ele poderia salvar sua aldeia querida e as pessoas que nela moravam. Tomou fôlego e coragem para sair de casa. Calçou suas botas e foi para as areias molhadas, onde as águas caóticas ainda se alevantavam mais que o normal.
A figura era aterradora, um titã, como um filho de Gaia com o Tártaro. A feição do seu rosto estava ofuscada pelo brilho do sol que parecia coroar a cabeça. O sapateiro subiu até o farol do desfiladeiro, tomado da fúria de um herói. Quando chegou ao topo, inflou ares no seu pulmão para gritar de maneira épica. “O que quer?! Por que vem atormentar este lugar tão pacífico?!”. O gigante estranhou aqueles dizeres, o corrigiu dizendo que ali era o Atlântico. Depois voltou ao seu propósito. “Quero que faça um par de sapatos para mim”.
E então tirou um pé das águas enquanto apontava para ele mostrando. Era um pé terrível, de dedos espalhados, com unhas grandes, quebradas nas pontas e, além de tudo, era maior que o maior navio que o sapateiro já tinha visto em sua vida.
Então o gigante se apresentou de maneira cortês, ele falava muito vagarosamente e tinha modos nobres, apesar dos seus olhos estalados, seu bigode amedrontador e seu tamanho colossal. Então ele contou suas histórias, disse que já tinha lutado contra serpentes e monstros marinhos, mas ele não vivia na imensidão do mar e sim nas praias. Acontece que para ele, nadar de um continente ao outro não era uma tarefa tão difícil, no entanto, tinha vindo da costa da África e estava muito cansado. Pediu para sentar-se, e o enorme desfiladeiro era apenas como um banquinho para ele. Depois explicou que sempre acreditara que ele mesmo era a coisa maior e mais alta do mundo. Em todo lugar onde esteve nunca tinha visto rocha, nem mesmo serra que superasse sua estatura, e se gabava disso, bradava com soberba até o dia em que um navegante mencionou que existiam coisas muito maiores, chamadas de “Montanhas”. Naquele dia o gigante ficou tomado de ira e exigiu que o navegante dissesse o que eram essas tais montanhas e onde ficavam. “Elas ficam muito além das praias, grande caminho, continente adentro”. Mas toda vez que o gigante tentava deixar a areia suave do mar e das praias, as árvores machucavam os seus pés, por isso precisava de um par de sapatos que lhe protegessem as solas.
O sapateiro topou o desafio, mesmo sem ainda ter ideia de como poderia realizar tal tarefa. Ficou muito tempo aflito com seus pensamentos até encontrar uma maneira de começar, por muitos dias rodeava o gigante. As pessoas da aldeia foram se acostumando com aquela figura estática, sentada no desfiladeiro da ponta da praia e, com o tempo, voltaram a pescar. Muitos ainda tinham medo do gigante, mas ele ficava apenas ali quieto, dizia não querer atrapalhar.
O sapateiro levou meses, apenas para fazer o planejamento. Com persistência convenceu amigos a colaborar com os esforços. Encomendaram material de toda parte, a notícia correu e comerciantes vinham de muito longe para trazer couro, madeira e algodão, além de cola e outros insumos que chegavam nos navios.
O gigante era muito paciente, permanecia sentado, com o queixo apoiado num braço, enquanto o outro braço cruzava sobre a barriga. Demorava semanas para mudar de posição e permanecia calado e sereno observando os trabalhos. Foram seis meses somente para fazerem a medição, tudo demorava enormemente, de modo que o sapateiro aprendeu a fazer as coisas no tempo dos gigantes. Ao longo de dois anos construiu as solas, durante mais três ergueu a cobertura e deu acabamento caprichoso, teceu os cadarços trançando cordas navais, reforçou a costura e poliu o couro. O sapateiro ficou amigo do gigante, conversavam enquanto ele trabalhava ou depois que terminava o dia. O gigante contou dos inúmeros lugares onde esteve e das proezas que já tinha feito. Como tinha muita paciência, descrevia com calma e riqueza de detalhes tudo que já tinha visto no mundo, mas somente quando as estrelas saíam e só restava o sapateiro e o gigante no alto do desfiladeiro é que o homem titânico abria seu coração e sonhava com suas preciosas montanhas.
Eis que chegou o dia em que os sapatos ficaram prontos. Orgulhoso de seu trabalho, o sapateiro convidou o gigante a prová-los, mas teve uma súbita surpresa. Sem falar nada, o homem mergulhou no mar, sumiu por três dias e deixou todos sem compreender o que tinha se passado. Depois ele retornou trazendo em suas mãos pedaços do que eram as ruínas do naufrágio de um antigo galeão espanhol. Despejou tudo em um canto da praia e, quando foram revirar, encontraram um grande baú, repleto de joias e moedas de ouro. Era o agradecimento e devido pagamento pelos trabalhos. A aldeia ficou rica, dividiram aqueles espólios, sendo que a maior parte ficou para o sapateiro.
O gigante, no mesmo dia, calçou sua encomenda e rumou em direção às serras. A cada passo um tremor de terra era sentido, os primeiros eram muito fortes, mas depois foram se esmaecendo. Foi deixando pegadas enormes, como clareiras na mata densa tropical. Ele andava muito devagar e demorou mais de um mês até que os tremores fossem imperceptíveis e sua figura ficasse pequenina novamente no horizonte. O sapateiro, aproveitando seu descanso depois do longo trabalho, assistia toda tarde o seu amigo sumir devagar na paisagem. Com os olhos altivos, do alto do farol, conseguia ver uma infinidade de coisas, terra adentro ou mar afora, e ficava pensativo. Todos notaram que seu coração estava mudado.
O tempo foi passando e a vida como era, naquela aldeia, mudou muito com a fama e a riqueza. O sapateiro, percebia que nada mais era agora como antes. Ele foi se tornando uma pessoa ainda mais reclusa e melancólica.
Um certo dia, com a parte que lhe pertencia do tesouro, o sapateiro encomendou uma quantidade inimaginável de novo material. Voltou aos andaimes e estruturas, já abandonadas, que tinha usado para construir o maior par de sapatos do mundo. Começou a trabalhar sozinho em um novo pé de sapato, um pouco menor, mais módico. Não dizia a ninguém o motivo do que estava fazendo, tampouco aceitava ajuda. Todos diziam que o sapateiro tinha enlouquecido, ainda mais quando, com o passar dos anos, se formava um único pé de sapato, que ninguém sabia dizer se era um pé direito ou esquerdo.
Desta vez, sozinho, foram sete anos até que aquele sapato solitário tomasse forma e ficasse pronto. Como todos os outros que tinha construído, era primoroso, muito bonito. Assim que terminou, toda gente ficou curiosa para uma revelação. Para quê serviria aquilo?
Quando estava finalizado e com toda a cola bem seca, com a impermeabilidade testada e um brilho lustroso, o sapateiro empurrou aquele pé ao mar, desde o alto do precipício. As pessoas ficaram estarrecidas. O enorme sapato caiu nas águas e espirrou um jato fenomenal, mas foi quando aquilo voltou à superfície que o sapateiro comemorou e pulou de alegria.
Por muito tempo ainda trabalhou no seu projeto, instalou mastros e leme, encomendou uma bujarrona, adaptou um convés e tablado. Era uma beleza, ele tinha feito sua obra prima.
Em uma manhã, antes que todos acordassem, quando o vento manhoso esvoaçava os panos enquanto o oeste absorvia a madrugada, o sapateiro partiu em seu navio-sapato. Rumou para o grande mar, no sentido contrário do sol que se levanta, venceu, no mesmo dia, a maior distância que já estivera de casa. Logo já não podia mais ver a costa. Estava sozinho, em pleno esplendor do oceano sem fim. Precisou consultar os livros de navegação que guardava na cabine, com o passar dos anos aprimorou o que era verdade e descobriu o que era mentira daquelas instruções escritas nos papéis.
O sapateiro viveu uma vida no mar, navegou por toda parte, viu os desertos infindáveis, a neve que cai vagarosa, florestas úmidas e rochas estéreis, conheceu o doce e o salgado. Passou por tormentas e calmarias, aprendeu a enfrentar tempestades e aproveitar o mar calmo, aprendeu a navegar no vento generoso e esperar com paciência as correntes vindouras, racionar na escassez e fartar-se na abundância, vibrar nas aventuras e recolher-se no tédio, apreciar o quente e o frio, simplesmente pelo quente não ser frio e o frio não ser quente. Viu as ilhas da Grécia, a areia das Arábias, os mares de toda parte, do gelo do norte ao gelo do sul.
Viu tudo que existe no mundo, fez proezas em muitos lugares por onde passou. Seu nome se tornou uma lenda. Certa vez ouviu sua própria história da boca de um poeta, em uma bela canção que recitava os feitos do capitão do navio-sapato.
Com os anos que acumulava também colecionava feitos impressionantes. Mas o tempo passou e ruiu casacos e chapéus, desgastou também o corpo e a disposição do sapateiro, fraquejou as mãos e os braços, arqueou a coluna e cansou suas pernas.
Aquele navio-sapato, que já teve tripulações grandes e pequenas, que já havia transportado maravilhosos tesouros, cruzado mares e oceanos, passado por lugares nunca antes navegados, também estava decaído. Já não tinha o brilho do lustre desde a primeira viagem, sofrera inúmeras avarias e precisou de muitos reparos, até reformas inteiras. Agora também se encontrava sem sua tripulação. Somente o sapateiro andava calmo e sozinho pelo convés.
Foi no entardecer de um dia qualquer, quando as nuvens se acobreavam num espetáculo fascinante. O navio-sapato vagava à deriva pelo mar, e o sapateiro só tinha a fazer contemplar a vista e beber um café.
Em um instante, as águas revolviam a frente da proa e, de repente, surgiu do mar um velho rosto conhecido. Ele não tinha mudado nada, a não ser por uns poucos fios grisalhos no seu bigode. O sapateiro pulou de alegria, ficou imensamente feliz ao ver seu amigo de tantos anos.
O gigante quis saber o que tinha feito e como havia chegado naquelas águas. O sapateiro contou toda a sua história, desde que partiu no navio-sapato. Durante vários dias eles conversaram. Teve tempo suficiente para se contar todas as proezas e aventuras, e o gigante ouviu atento, rindo e se emocionando em cada passagem.
“E você, nobre amigo, viu as suas montanhas?”
Então respondeu o gigante: “Eu andei pela terra, até que os sapatos que fizeste pra mim furaram as solas. Depois de tanto caminhar encontrei a montanha, olhei para cima impressionado, até então só tinha erguido meus olhos assim para ver as estrelas. Contemplei e louvei a montanha. Então eu subi na montanha, escalei a rocha e alcancei o topo, e de lá enxerguei uma nova montanha, ainda maior e mais alta. E na nova montanha vi outras tantas muito maiores. Vaguei por muitos anos procurando a montanha mais alta do mundo até que a encontrei. Com muito esforço alcancei o topo frio da maior montanha do mundo. Era gelado e solitário lá em cima, mas dava para ver muito ao longe, então me senti pequeno pela primeira vez, não pela montanha, mas sim pelo mundo. Fiquei muito tempo olhando o mundo de lá de cima até perceber que acima de nós todos, também estavam as estrelas, e percebi também que elas sempre estiveram em toda parte. Levantei-me, pensando estar tão alto, tentei alcançar as estrelas, não conseguia. Então chorei, me esforcei novamente, esticando os braços e ficando na ponta dos pés, a luz ainda parecia tão distante. Esperava sentir a luz na ponta dos meus dedos, mas não sentia. Por um descuido escorreguei e rolei montanha abaixo, caí como as pedras ao meu redor. Em pouco tempo estava de volta ao mar, todo machucado, e a montanha parecia ainda maior que antes. Mas fiquei feliz de estar de volta, depois de tantos anos andando pela terra, finalmente pude pisar descalço nas areias da praia.”
O sapateiro lamentou “Me vejo tão distante de casa, meu caro amigo. Queria eu poder voltar, assim num instante. Grande sofrimento tem sido vagar sem rumo nestes últimos anos.”
“Pois faça um último esforço neste navio, ponha no teu corpo velho a força vivaz de um jovem marinheiro e estenda as velas novamente, com isso não posso te ajudar, mas vou soprar na direção de onde fica a tua aldeia.”
E o sapateiro assim o fez, hasteou as velas, traçou o curso e ajustou o leme. Quando estava tudo pronto, ele, em prantos, agradeceu ao gigante. O homem colossal se preparava para assoprar, mas antes de tomar fôlego, antes de absorver tornados de ventos marinhos em seus pulmões, ele disse as últimas palavras ao sapateiro.
“Já te aprume preparado a soltar a âncora. Descobri, meu amigo, que o caminho pra longe de casa é sempre muito mais longo que o caminho de volta pra casa.”
FSSSSSSSSSSSS!
Henrique Siviero
Residente de São José do Rio Pardo, Henrique Siviero formou-se em Física e escreve sobre o que lhe desperta na vida, de experiências particulares às fantasias e tradições. Trabalha atualmente na revisão de seu Romance, possui contos e poemas publicados pela Amazon, dentre eles, estão os títulos "Cruiz Credo" e "Meia Dúzia de Poemas". » leia mais...
19ª Edição: Revista Castelo Drácula®
Esta obra foi publicada e registrada na 19ª Edição da Revista Castelo Drácula®, datada de outubro de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula®. Todos os direitos reservados ©. » Visite a Edição completa
                        
            
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
Caríssimo Dom Søren. No meu coração reside uma profundeza triste que, como uma tenra maré, movimenta-se em ondas frígidas sobre a areia…