À Sombra do Véu de Obsidiana

No fundo das trevas onde o desejo arde,
Tua silhueta emerge, tão delicada e grave.
Os olhos ocultos por cristais que brilham,
São portais que aos céus e ao abismo trilham. 

Teu lábio rubro, um cálice de vinho escarlate,
A promessa de beijos que o tempo combate.
O negro do vestido, como a noite em segredo,
Abraça tua pele em um eterno enredo. 

Teus dedos dançam, suaves, pelo éter sombrio,
Convocando paixões de um amor tardio.
Teu coração, um relicário de sombras e chama,
Arde num fogo que consome e clama. 

Ah, que mistério teus traços evocam,
Entre desejo e temor, as almas tocam.
És musa do gótico, enigma do além,
Onde o amor e a luxúria caminham também. 

Sangrando êxtase em um orgásmico terror
Teus seios levam-me a demência do desejo,
Sempre sinto o desejo de rasgar teu vestido
no teu encanto, me deixo perder no que vejo,

No véu da noite, quero te pertencer.
Pois em ti há poesia, pecado e magia,
Uma paixão que jamais findaria.

A Literatura Erótica é uma arte, mantenha o respeito e a educação para com o autor desta obra. Se algo te incomoda neste conteúdo, não o leia; se algo te agrada, aproveite em silêncio. O autor e o projeto não se responsabilizam por negligências alheias, más interpretações e pudores particulares.

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