À Sombra do Véu de Obsidiana
No fundo das trevas onde o desejo arde,
Tua silhueta emerge, tão delicada e grave.
Os olhos ocultos por cristais que brilham,
São portais que aos céus e ao abismo trilham.
Teu lábio rubro, um cálice de vinho escarlate,
A promessa de beijos que o tempo combate.
O negro do vestido, como a noite em segredo,
Abraça tua pele em um eterno enredo.
Teus dedos dançam, suaves, pelo éter sombrio,
Convocando paixões de um amor tardio.
Teu coração, um relicário de sombras e chama,
Arde num fogo que consome e clama.
Ah, que mistério teus traços evocam,
Entre desejo e temor, as almas tocam.
És musa do gótico, enigma do além,
Onde o amor e a luxúria caminham também.
Sangrando êxtase em um orgásmico terror
Teus seios levam-me a demência do desejo,
Sempre sinto o desejo de rasgar teu vestido
no teu encanto, me deixo perder no que vejo,
No véu da noite, quero te pertencer.
Pois em ti há poesia, pecado e magia,
Uma paixão que jamais findaria.
Marcos Mancini é um escritor, artista e criador cujo trabalho transcende as fronteiras da literatura convencional, mergulhando nas profundezas da psique humana e explorando as complexidades da condição existencial…
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No fundo das trevas onde o desejo arde, | Tua silhueta emerge, tão delicada e grave. | Os olhos ocultos por cristais que brilham, | São portais que aos céus…
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