Horas Vagas
Me aproximo das horas vagas
Com a lentidão uma brisa
Seus olhos, ainda que pequenos
Me clareiam
Que me envolvem, me escondem da minha própria pequenez
Poente em mim
Teu olhar de astro orvalha
No silêncio de pedra da alma
O cio
O brilho dos olhos, pensamento vão
Às gotas da noite passada
Teus olhos sãos como delírios
Madrugada adentro, chove lá fora
Cobertos de seda e de lírios
Inscrevem na carne o gosto da cólera
A natureza se inflama
Estamos propensos de estio
Enquanto fora de casa é poente
Dentro do dia posto em chama
As sombras no crepitar da cama
Teu olhar é um solar potente
Penetra no meu e diz que me ama
Que foda!
Como você esconde com as palavras o que os sentidos já sabem e neles está escancarado
Seu olhar de nuvem passageira, nas horas vagas
Chove tempestade.
Tiago Serigy é amante de filmes, pinturas e desenhos, músicas, além das letras, tem escrito sonetos (mais de 100), prosa poética e versos livres ao longo de mais de uma década, também tem um compilado de contos eróticos e crônicas. Uma fonte que jorra palavras para reinterpretar a brevidade da vida na tentativa de “não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinita enquanto dure”. É uma pessoa dedicada a leitura desde a infância, influenciado por…
A Literatura Erótica é uma arte, mantenha o respeito e a educação para com o autor desta obra. Se algo te incomoda neste conteúdo, não o leia; se algo te agrada, aproveite em silêncio. O autor e o projeto não se responsabilizam por negligências alheias, más interpretações e pudores particulares.
Me aproximo das horas vagas | Com a lentidão uma brisa | Seus olhos, ainda que pequenos | Me clareiam | Que me envolvem, me escondem da minha própria pequenez…
Caju mordido, abre uma banda | Como a bunda que abre duas | Antes mesmo de cravar os dentes | O sumo escorre da boca…
Eu não queria amor. Esse sentimento eu já havia trancado no fundo da alma, enterrado em um canto escuro de mim de onde nunca mais deixaria escapar…
Nossos cadáveres fazem amor sob a soturna morte. A nós pertence o perpétuo. Beija-me os lábios violáceos no pallor mortis…
Na meia-noite de fogo e segredo, | Ela surgiu, luxúria em carne maldita, | Bruxa infernal, desejo em enredo, | Olhos de abismo, chama que incita…
Sob a lua carmesim que suspira, | Ela surgiu, bruxa de fogo e pecado, | Cabelos sombrios em véu que conspira, | Desejo infernal em corpo moldado…
No castelo onde as sombras se entrelaçam, | Drácula observa, olhos de fogo a arder, | Eva, na luz que a lua não apaga, | é a tentação que ele deseja possuir e ter…
Desejo ser teu íntimo escriba, | traçando versos sobre tua pele; | Qual náufrago que em tuas águas flutua, | sedento pelo néctar que emana dele…
Sete vozes de louvor a Baco | o Clã da Semana vagueia | nos pubianos pelos da Lua. | Uma nova morada acende | o desejo de sete loucos…
Beija-me na escuridão, ao som do abismo; se tens amor por esta que te dedica o mundo, deite-se n’esta sepultura, meu querido…
Oh, aurora das sombras, que nos céus se ergue, | Tua face ilumina os véus do abismo. | Teu sorriso, uma oferenda sagrada, | Resplandece no altar…
No fundo das trevas onde o desejo arde, | Tua silhueta emerge, tão delicada e grave. | Os olhos ocultos por cristais que brilham, | São portais que aos céus…
Entrego-me ao teu domínio. Teste minha devoção. Meu Dono tu és, de ti sou e, da alma que me pertencia, mas que, agora, também é tua, há tão somente…
Escrevo, pois motivos não me faltam: | O que já vi cravou-se no meu íntimo… | Bastando me dizer que eles agradam, | Irei continuar fazendo isso…
Vem, a noite é regélida, escalda | Com este ávido olhar enfurecido | Mi'a tez que te suplica a nívea calda | Na língua, se entornando — e me ungindo;…
Um passo além do profissionalismo… | Se num futuro próximo, de fato… | Querendo, enfim, saber se é possível, | Mal pude acreditar ao ler: “eu acho”...
Em cada toque, um sussurro profundo, | onde o desejo se faz pulsar e expandir, | Musa Deusa Erótica, com seu olhar fecundo,
captura a essência do corpo a se redimir…
Agudo segundo que trouxe fogo em direção ao meu cigarro para queimar as pontas da incerteza num duelo da mente e do ocaso. Seria tão agradável que…
Estavam os dois no corredor de frente para a porta do quarto de casal. O castiçal ainda estava no banheiro, lançando uma luz bruxuleante para a…
Nossos dedos se entrelaçam, gentilmente, como o começo da dança que seguirá por toda a noite. Te desejei por tanto tempo, e agora está aqui…
“Levanta” — profiro, segurando seus cabelos compridos e puxando seu corpo para cima por meio deles. Ela deixa o computador e é guiada…
Com sua face rasgada na diagonal, forçando-lhe um meio sorriso dantesco, Isaac congelava na insondável nevasca. Seu corpo estava curvo, tendo metade…
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A sexualidade feminina fora uma questão obscura ao longo da evolução humana, em razão das constantes opressões ao gênero e, principalmente, a partir da…
Límpido rosto, cabelos ao vento: | Brava natura, serpentes à solta | Lembram seus cachos (de preto veneno),| Prendendo quem olha, pois impressiona…
Sim, sorvo a rigidez com sede intensa! | Repara o quanto sou tão dedicada! | Ordenas toda a noite, e eu já propensa, | Acato salivando e bem calada;…
Quisera ser pra mim… a rasteirinha, | Os dois pezinhos brancos… bem pintadas | As unhas delicadas, vermelhinhas… | Quisera assim pra mim, toda arrumada…
Sulco a tua pele pálida e | Desejo morrer em teu ventre, | Se vens com teu rosto afável, | Teus olhos luzentes de céu, | Almejo afogar tua boca…
Ela estimula aquele fogo ardente | que torna boa a rocha consistente | sobre a qual ela doida se coloca. | Por cada veia que realça o gozo…
Os Láparos estão observando | Em vestes régias, mórbido louvor… | Enquanto ébrios todos vão dançando, | Jamais preveem a vinda do Cultor;…