Belos Olhos Chorosos
Entrego-me ao teu domínio. Teste minha devoção. Meu Dono tu és, de ti sou e, da alma que me pertencia, mas que, agora, também é tua, há tão somente o meu mais pulcro amor. Sofrerei em tuas mãos, em silêncio. Dê-me a dor que mais te fascina. Sussurra-me que és sádico. Deixe-me ouvir a verdade.
“De quatro. Vou te foder e te bater até ouvir teu choro feminil”.
Beija meus lábios, um tapa em meu rosto. Turva-me, meu Dono. Aceito toda a tua maldade. Mas que ela seja sempre verdadeira e intensa como eu jamais poderia imaginar. Segura-me o pescoço e guia-me nesta vida minha que pertence a ti. Honro o teu domínio, ajoelho-me para servir.
“Agora tu me mostrarás até onde vai a tua verdadeira devoção. Deite-se na cama.”
Sinto minha pele arder. Insisto para que sejas ainda mais cruel. Algo em tua violência me faz sentir o prazer etéreo da lascívia mais profunda. Queimando a tórrida tez. Beijo teu sexo, engulo teu sêmen. Eu suporto, pois que nem sempre me apraz, porém, teu semblante em êxtase e teu plenitúrgido sexo são as razões para continuar a sofrer, por ti, por nós.
“Chora… Isso… Quero ouvir teu choro. Chore! Mais! Mais!”
A minha beleza, meu Dono, quando as lágrimas vertem brilhantes; segreda-me que almejas mais desta lôbrega venustidade. Confessa-me que são estas lágrimas que despertam o teu sadismo e, então, chorarei todas as noites. Dê-me, por fim, meu Lord, o teu peito para que eu me deite e descanse. Proteja-me do mundo. Proteja-me como tua filha.
“Hum… tenho orgulho de ti, sempre tão obediente. Olha pra mim! Tu és minha e sempre serás”.
Sim, meu Dono, eu sempre serei.
Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e criadora de Ars OAN mor — para apreciadores de sua literatura intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. Ars OAN mor é o pertencente recôndito de Sahra e, nele, a autora se permite inebriar-se em sua própria, e única, literatura.
A Literatura Erótica é uma arte, mantenha o respeito e a educação para com a autora desta obra. Se algo te incomoda neste conteúdo, não o leia; se algo te agrada, aproveite em silêncio. A autora e o projeto não se responsabilizam por negligências alheias, más interpretações e pudores particulares.
Me aproximo das horas vagas | Com a lentidão uma brisa | Seus olhos, ainda que pequenos | Me clareiam | Que me envolvem, me escondem da minha própria pequenez…
Caju mordido, abre uma banda | Como a bunda que abre duas | Antes mesmo de cravar os dentes | O sumo escorre da boca…
Eu não queria amor. Esse sentimento eu já havia trancado no fundo da alma, enterrado em um canto escuro de mim de onde nunca mais deixaria escapar…
Nossos cadáveres fazem amor sob a soturna morte. A nós pertence o perpétuo. Beija-me os lábios violáceos no pallor mortis…
Na meia-noite de fogo e segredo, | Ela surgiu, luxúria em carne maldita, | Bruxa infernal, desejo em enredo, | Olhos de abismo, chama que incita…
Sob a lua carmesim que suspira, | Ela surgiu, bruxa de fogo e pecado, | Cabelos sombrios em véu que conspira, | Desejo infernal em corpo moldado…
No castelo onde as sombras se entrelaçam, | Drácula observa, olhos de fogo a arder, | Eva, na luz que a lua não apaga, | é a tentação que ele deseja possuir e ter…
Desejo ser teu íntimo escriba, | traçando versos sobre tua pele; | Qual náufrago que em tuas águas flutua, | sedento pelo néctar que emana dele…
Sete vozes de louvor a Baco | o Clã da Semana vagueia | nos pubianos pelos da Lua. | Uma nova morada acende | o desejo de sete loucos…
Beija-me na escuridão, ao som do abismo; se tens amor por esta que te dedica o mundo, deite-se n’esta sepultura, meu querido…
Oh, aurora das sombras, que nos céus se ergue, | Tua face ilumina os véus do abismo. | Teu sorriso, uma oferenda sagrada, | Resplandece no altar…
No fundo das trevas onde o desejo arde, | Tua silhueta emerge, tão delicada e grave. | Os olhos ocultos por cristais que brilham, | São portais que aos céus…
Entrego-me ao teu domínio. Teste minha devoção. Meu Dono tu és, de ti sou e, da alma que me pertencia, mas que, agora, também é tua, há tão somente…
Escrevo, pois motivos não me faltam: | O que já vi cravou-se no meu íntimo… | Bastando me dizer que eles agradam, | Irei continuar fazendo isso…
Vem, a noite é regélida, escalda | Com este ávido olhar enfurecido | Mi'a tez que te suplica a nívea calda | Na língua, se entornando — e me ungindo;…
Um passo além do profissionalismo… | Se num futuro próximo, de fato… | Querendo, enfim, saber se é possível, | Mal pude acreditar ao ler: “eu acho”...
Em cada toque, um sussurro profundo, | onde o desejo se faz pulsar e expandir, | Musa Deusa Erótica, com seu olhar fecundo,
captura a essência do corpo a se redimir…
Agudo segundo que trouxe fogo em direção ao meu cigarro para queimar as pontas da incerteza num duelo da mente e do ocaso. Seria tão agradável que…
Estavam os dois no corredor de frente para a porta do quarto de casal. O castiçal ainda estava no banheiro, lançando uma luz bruxuleante para a…
Nossos dedos se entrelaçam, gentilmente, como o começo da dança que seguirá por toda a noite. Te desejei por tanto tempo, e agora está aqui…
“Levanta” — profiro, segurando seus cabelos compridos e puxando seu corpo para cima por meio deles. Ela deixa o computador e é guiada…
Com sua face rasgada na diagonal, forçando-lhe um meio sorriso dantesco, Isaac congelava na insondável nevasca. Seu corpo estava curvo, tendo metade…
Aprecio tua inteligência, todas elas; desde tua clareza mental a respeito do mundo, até a tua amplitude emocional. Assim, quando te sinto imerso em mim…
A sexualidade feminina fora uma questão obscura ao longo da evolução humana, em razão das constantes opressões ao gênero e, principalmente, a partir da…
Límpido rosto, cabelos ao vento: | Brava natura, serpentes à solta | Lembram seus cachos (de preto veneno),| Prendendo quem olha, pois impressiona…
Sim, sorvo a rigidez com sede intensa! | Repara o quanto sou tão dedicada! | Ordenas toda a noite, e eu já propensa, | Acato salivando e bem calada;…
Quisera ser pra mim… a rasteirinha, | Os dois pezinhos brancos… bem pintadas | As unhas delicadas, vermelhinhas… | Quisera assim pra mim, toda arrumada…
Sulco a tua pele pálida e | Desejo morrer em teu ventre, | Se vens com teu rosto afável, | Teus olhos luzentes de céu, | Almejo afogar tua boca…
Ela estimula aquele fogo ardente | que torna boa a rocha consistente | sobre a qual ela doida se coloca. | Por cada veia que realça o gozo…

Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e sua literatura é intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. A sua arte é o seu pertencente recôndito e, nele, a autora se permite inebriar-se em sua própria, e única, literatura.
Os Láparos estão observando | Em vestes régias, mórbido louvor… | Enquanto ébrios todos vão dançando, | Jamais preveem a vinda do Cultor;…