4ª Edição, Ano 1 | Abril de 2024
Apoiadores públicos da nossa campanha:
José André, Elza Maria, Amanda Priscila, José Carlos, Leonardo Garbossa, Valesca Gomes, Aleksandra Cazorla.
Um especial agradecimento pelo carinho e confiança que cada um de vocês dão ao nosso Castelo Drácula!
O sangue é a vitalidade para os imortais, e a morte é aquela terrível e silenciosa criatura que encontramos no fim, quando pisamos no lodo de nossa própria humanidade. Admirada por seu estonteante mistério, odiada por seu obscuro poder, a morte é a razão pela qual a existência emerge no infinito desconhecido. Alguns a temem, outros a louvam.
A Edição 4 carrega consigo uma superstição obscura que permeia com afinco a cultura japonesa, e é nela, mas não apenas nela, que nos inspiramos neste mês. O número 4 é chamado, no Japão, de "shi", um homófono de "死" (morte); isto é, ambas as palavras possuem o mesmo som. Haverá, como podem presumir, apenas uma única edição com este número; portanto, somente uma vez poderemos usufruir dessa misteriosa coincidência entre a morte e o algarismo 4.
Os leitores poderão usufruir dos ares fúnebres e perturbadores desta superstição, mergulhando nas crônicas, contos e poemas sobre a soturna e insondável face da morte rubra. Além disso, verão jorrar de suas palavras o terror, o horror, o vampirismo, o medo, o ocultismo, tudo aquilo que tem profundo vínculo com as sombras, com o inferno, com a dantesca essência de Drácula, sem abandonar a sua poética sepulcral.
Com orgulho, nesta edição, apresentarei para os leitores nosso novo selo editorial! Um marco de grande valor para nosso projeto que visa sempre abraçar o “lado b” da literatura. Desejamos que os leitores possam apreciar esta conquista com profundo e inigualável deleite. Obrigada por estar conosco em mais uma edição!
Sara Melissa de Azevedo
Índice
Mensagem da Anfitriã
As Crônicas do Castelo Drácula
Biblioteca do Castelo
Destaque do mês: Autora Liza Abreu
Contos Penumbrais
Sepulcro Poético
Artigos
Selo Frenesia
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Ana Kelly | Pablo Henrique | Thais Gomes | Sara Melissa de Azevedo | Valesca A. Gomes | Wallace Azambuja | Mykaella Gomes | Liza Abreu
Capítulos
Meu celular descarregou e agora tenho que anotar tudo em meu diário, ainda estou juntando algumas informações dessa sala em que me encontro…
Antes de adentrar ao castelo, contemplei por mais uma vez aquela monstruosidade arquitetônica. Dentre as janelas, gárgulas e torres, algo me chamava a atenção…
Diário de Rute Fasano. 12 de dezembro - Depois daquele encontro com Drácula…
Morte. É o que parece gritar irônico e suave aos meus ouvidos. A culpa grita... O sangue vertido das entranhas minhas, a flecha lançada…
É inevitável negar a mudança em mim. Não somente mais bonita e sagaz, mas mais inspirada também. Sinto meu corpo tão frio e ao mesmo tempo tão vivo…
Era inverno. Era a melhor época do ano, estando em Londres ou em Coimbra. Londres certamente combinava mais comigo; era, na maioria das vezes…
Não é que prestes a entrar naquela fumaça cor-de-violeta, onde eu estava a me considerar a um pé de algum mundo fantástico — ainda mais do que este, eu supunha…
Parceiros Incríveis
Destaque do mês: autora Liza Abreu
Liza é uma autora de narrativas instigantes, profundas e que tiram o fôlego do leitor, seja pela história surpreendente e criativa, seja pela forma com que ela é contada a partir de sua fascinante técnica literária.
Liza Abreu é o ilustre destaque deste mês. Sua inestimável contribuição para o Projeto Castelo Drácula tem sido, de fato, uma revelação fascinante, não apenas devido à excelsa qualidade de seus escritos — um verdadeiro tesouro para nosso projeto —, mas também pela inventividade e o mistério que permeiam suas narrativas. O conto apresentado nesta edição, "Amorphallus", é particularmente extraordinário. Ele captura a atenção do leitor desde o início até o último ponto, instigando um desejo voraz por mais aventuras sobre as criaturas por ele descritas. Liza é uma escritora contemporânea de estilo único e envolvente, cuja poética singular certamente irá encantar e mesmerizar todos aqueles que por suas palavras se deixarem levar.
Comentário de Sara Melissa de Azevedo
Conheci o trabalho da artista através do Instagram e logo identifiquei a inspiração difundida em seus traços. A narrativa gotejada do contato da...
1850, em uma noite tempestuosa, uma antiga taverna abriga cinco homens imersos em suas histórias…
Na Inglaterra do século XIX, a aspirante à pintora, Scarlet Hale, vive em uma mansão em decadência acompanhada de seu pai e prima. A vida de Scarlet…
Sofro com a aptidão dos dedos desconhecidos sobre as cordas de sonoridade grave em busca do acerto da melodia, teu ressoar, próximo a mim, tange…
A morte de um colega de trabalho, desencadeia uma imensidão de novas diligências. Valéria, uma bailarina de trinta anos…
Estimado amigo, admito, elaborei uma farsa a respeito de meu passado. Fabulei em minhas rotinas de escrita. A razão de minha expulsão…
O passado lhe serve | Caso o conserve no sepulcro da memória | Experimente, embora já não lhe caiba. | Experimentei o meu, vestiu bem, compreende?…
Estimado amigo, hoje escrevo-te pela manhã. Após meu encontro com Maria, obtive certas respostas, creio que ainda permaneço abalada devido as recentes…
Meu celular descarregou e agora tenho que anotar tudo em meu diário, ainda estou juntando algumas informações dessa sala em que me encontro…
Amarílis beijou o adorado esposo, apanhou o toucado e partiu. Era dia de consulta marcada, o doutor Cravino examinaria a dor que vinha a incomodando há tempos…
Aconteceu em trinta e um, se não me engano, sei que foi antes da guerra isso que vou contar. Lembro-me bem, porque já naquele tempo chegava muita…
A ingenuidade é algo bobo, mas com o passar dos dias, meses e anos, simplesmente se torna uma burrice. Escrevo aqui como se fosse um diário, já que me…
Na penumbra de um jardim oculto, úmido e sombrio, onde não existe tempo, onde todas as coisas sempre estão perto de findar, porém nunca se extinguem…
Amarílis beijou o adorado esposo, apanhou o toucado e partiu. Era dia de consulta marcada, o doutor Cravino examinaria a dor que vinha a incomodando há tempos…
Ohropo desperta ao entardecer e enquanto seus olhos se tumulam no precipício, um corvo de olhos pútridos crocita infeliz; a alma de Ohropo, em partes, obliterada…
A morte convida-me delicada e insistentemente. Ela mostra-me um cenário onde será a sua recepção — e que aprazível! Ó sim, é. Ela me chama para um lugar onde…
— Hugo de Payens era oriundo de uma família da baixa nobreza francesa sem muito prestígio, mas com fortes laços de parentesco com os Montbard…
Dentro dos domínios pungentes da sanidade, me perco por inteiro. A eterna precipitação das cinzas assenta-se em camadas cada vez mais grossas sobre o solo,…
Emanoel, se sentindo desconfortável e até mesmo assustado, após deixá-los para trás seguiu seu caminho em direção ao rio onde estava montado…
Novamente sinto o sabor pecaminoso em seus lábios vitrais. Como um beijo seco recebo em meu âmago a doçura ébria que somente teu…
No erguer-se do luar alcantilado | Crocita um corvo enquanto sou lamúria | Assusto-me e o percebo afortunado, | Pois voa contra o vento da penúria;…
Plácido é o jardim onde posso me deitar | E simplesmente descansar | Alimentar as árvores com meu corpo, | Fazendo parte delas e elas de mim…
“Angústia vil… sou rígida fereza… | A morte lacrimal de teu semblante… | Tormento me convida à tua pureza | Olvidas-me a pensar ser delirante…”
Fecho os olhos… e esqueço do que vi; | Esqueço a dor, a angústia dessa vida, | Esqueço da alegria não vivida, | Dos desejos daquilo que eu não fiz….
No altar o odor pútrido paira no ar, | Nessa igreja de cadáveres esquecidos, | Seu jardim sagrado é o cemitério, | Onde os mortos estão escondidos…
Escrevo essas palavras sabendo que você nunca as lerá, | Mesmo assim mergulho em minha alma com ansiedade | Nesta noite turbulenta que agita a minha mente…
Acreditar demais no sonho tido, | Depositando nele as esperanças: | O mesmo que um disparo só de tiro | Na mira, co'arsenal de nossa herança...
Na noite perpétua, onde as sombras doudejam | Os corvos ecoam em negra melodia | Sob o manto estrelado, a solidão reina | E o coração se perde na escuridão vazia…
Co’as pálpebras cerradas… eu mui sinto | “Evoque à tua memória em meninez | Ao leito d’uma morte…” — ouço e pressinto | “Brutal que preservei tua languidez…
Três lâminas pendentes, uma ao lado — | repousa o cavaleiro. Ele adormecen | o santuário, e põe suas mãos em prece | sobre o corpo de pedra armadurado…
Não há como gritar, | Quando se der conta | Será tarde demais. | Fria como um cadáver, | Ainda assim, | Muito mais viva do que você…
Profunda vastidão chuvosa | Que desabada sobre a árvore, | Não soluce, não respingue violenta. | Não a arrebate com pressão. | (Ou violação)…
Na noite de sombras imprescritíveis | Onde os pesares ali regem | O vazio do tempo, a dor sem cura | Na alma perdida entre estrelas, a busca pela expiação de sua agonia…
Caindo lentamente | No rosto desfigurado | Que chora desde ontem | A cruz que a enforcara | De suas crenças. | Acredita-se que talvez | Um ser divino possa vir…
Atento o meu olhar “Quem és, ó Dom” | Indago n’agonia em mim crescente“ | Herói que salva ou mal que ofende o ambom? | Por que me causas mágoa caulescente…
Espectro insensível | Expressão da corrupção | A visão alucinada do coração | Desvela as minhas emoções…
Três lâminas pendentes, uma ao lado — | repousa o cavaleiro. Ele adormecen | o santuário, e põe suas mãos em prece | sobre o corpo de pedra armadurado…
Além dos horizontes onde a vida se desvanece, | Onde sombra e luz se fundem num eco, | Minha alma se eleva, livre de todo fardo, | Em direção aos céus etéreos onde…
Nestas linhas, abjurações | Vagas promessas | Desapegos à vil existência | Conflituosas as emoções dentro do peito…
A história dos vampiros remonta a tempos muito antigos, tão antigos que é difícil determinar sua origem precisa. No entanto, sua associação com os…
Edgar Allan Poe é o Mestre da narrativa macabra e do mistério, deixou um legado literário…
O Castelo Drácula é o abismo sombrio do amor, da dor e do desejo. Pelo sangue, o prazer, a imortalidade. Por isso, agora temos o Selo Frenesia, que trará erotismo para os umbrais terríficos de nosso projeto.
Agora que concluiu a leitura desta edição, que tal mergulhar novamente na anterior? Você (re)descobrirá novos personagens das nossas Crônicas, poesias de intensidade fantástica com uma aura violácea e terá a oportunidade de aprofundar-se nas obras de nossos autores enquanto nós preparamos a quinta edição para você!
Quão amarga é a solidão do silêncio absoluto, o abismo que sangra em palavras mortas. Meus olhos fitam meu retorno, e de repente vejo o nascer das trevas…