Coroação de Sangue
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
Cordas mordem sua pele como dentes impacientes,
marcando trilhas vermelhas
onde o sangue ameaça florescer.
Ela sorri, um eco rouco de prazer,
entre gemidos contidos.
Ele pensa ter vencido,
mas seu aperto apenas inflama a sede dela.
Cada nó é um convite proibido,
cada puxão,
desperta a besta.
Ela arqueia o corpo, oferece o pescoço,
deixando o pulso latejante,
altar e sacrifício.
Ela gosta do jogo, de fingir-se domada,
mas sob as amarras,
urge, é ameaça.
Um fio de sangue escorre lento,
perfume metálico,
urro intenso.
Seus olhos brilham rubros,
gargalha no escuro.
Por dentro, é explosão,
é desejo.
Dedos longos e ossudos,
presas sedentas.
É bicho, é monstro,
realeza.
Quando as cordas são rompidas,
não é libertação, é coroação.
Ela é a fome, é o êxtase,
é vítima, é carrasca.
É a morte, é o gozo,
ela é a noite que não se enjaula,
e ele, agora,
não passa de carne.
Luiz E. Tassini
Luiz Tassini é mineiro, de Belo Horizonte, mas mora em São Paulo. É apaixonado por horror, suspense e sci fi. Já escreveu de poemas a crônicas, foi colunista em blogs e, atualmente, se aventura nos contos. Participou de diversas antologias, em diferentes editoras. Produz conteúdo sobre Horror no @eitaquehorror, no Instagram. Trabalha também com revisão, preparação e revisão de textos, tradução e leitura crítica. É pai de dois meninos, uma gata, uma cachorra, é marido e veterinário. » leia mais...
19ª Edição: Revista Castelo Drácula®
Esta obra foi publicada e registrada na 19ª Edição da Revista Castelo Drácula®, datada de outubro de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula®. Todos os direitos reservados ©. » Visite a Edição completa
                        
            
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
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