Protetor Infiel
Gato Preto, adorador da noite
Protetor infiel da inocência.
Veja a criança açoitada
Pelas margens das sombras
De um casebre decadente;
A noite se aproxima,
As madeiras rangem,
O lobo uiva e a Lua recaí.
Noite de Lua Cheia –
Sexta-feira treze, mórbida.
A criança, pequena garotinha.
De alma pura, corpo condenado
Em nome da escuridão.
O Gato Preto, com olhos da Lua;
Amarelo de cor decomposta.
Agora, pequena garotinha, não ouça a noite.
Ignore os rangidos do sótão,
E o grito do Inferno debaixo de sua cama.
Abrace o Gato Preto, seu protetor infiel,
Mas não ouça, tampe seus ouvidos com ignorância.
Sexta-Feira treze, maldita e má falada,
Pequena garotinha de lágrimas brilhantes.
O Gato Preto, agora dança com as sombras e á esquece;
A noite tomou ele para si, o demônio mascarado.
A companhia diabólica, dorsal – uma haste do submundo.
“Pequena garotinha, feche os olhos.
Durma para sempre nesse carnaval macabro.”
Disse ele, a garra, o presságio da morte,
De pelo sujo, oleoso e repugnante –
Sua alma chora e a ingenuidade sucumbi.
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