Coroa Trágica
Em sua coroa repousa um corvo,
Que devora suas órbitas;
A janela da alma.
Um espírito encarcerado
Em sua própria miséria.
No canto do meu quarto,
Ele espreita, com suas correntes
Entrelaçadas no mundo dos vivos.
Um cadáver – não mais.
O Rei de um mundo fantasmagórico.
Em sua coroa repousa um corvo,
Eu o vejo junto ao relógio,
Que me desperta na madrugada solene.
Sua voz vem do além,
Para me lembrar que um dia serei como ele.
Aquele corvo também pousará em minha coroa.
Em uma noite qualquer,
A foice que separa o corpo da alma,
Estará banhada com o sangue do meu espírito.
No fim, rezarei para que nada me aprisione neste mundo.
Mas sei, que falharei, pois, sou poeta –
Uma alma perdida, uma alma cósmica,
Uma sujeira natural e indesejada do Universo.
A poesia e o temor me permitem ver o corvo,
Sou poeta, um fim trágico em si mesmo.
Que som é esse? | Que voz é essa que atormenta minha alma? | Um murmúrio de mil pássaros, um soneto inacabado. | Não, não se trata de uma simples música,…
Em sua coroa repousa um corvo, | Que devora suas órbitas; | A janela da alma. | Um espírito encarcerado | Em sua própria miséria. | No canto do meu quarto…
Trilhei caminhos tortuosos | Com um único objetivo: | Esquecer dos meus pesadelos. | Pois são neles que Ele vive, | Como um parasita importuno…
Gato Preto, adorador da noite | Protetor infiel da inocência. | Veja a criança açoitada | Pelas margens das sombras | De um casebre decadente;…
O quanto poderemos enxergar | Além da Floresta Negra? | Deste berço de um recém-nascido | Que chamamos de nosso lar, | Um planeta em declínio…
Um sonho terrível, mais uma noite de visões; | A sanidade da minha mente evapora, | Da mesma forma que a fumaça do meu cigarro. | Neste sonho, eu caminho em direção…
Bosques são por essência misteriosos; | São neles que ocorre a transmutação – | Do dissimulado e intangível aos olhos. | Foi no bosque da minha cidade,…
Na esquina do meu bairro, repousa uma livraria; | Obscura, misteriosa, e solitária, ela se destaca. | E nada me fascina mais do que | Isto que compartilhamos, | Na podridão…
Recanto de Literatura Gótica