Mar Arcaico
Um sonho terrível, mais uma noite de visões;
A sanidade da minha mente evapora,
Da mesma forma que a fumaça do meu cigarro.
Neste sonho, eu caminho em direção ao mar sem fim,
Um lugar em que tudo pode passar a existir e a morrer.
Eu as vejo – construções ciclópicas que preenchem
O fundo deste mar denso e pastoso.
Nunca há direção, a cada horizonte um arrepio na espinha,
Uma assombrosa impressão de uma presença oculta
Que rasteja no fundo deste pesadelo.
O vazio negro e os tentáculos da Criatura Arcaica,
São as únicas formas visíveis nestas águas.
Que me levam a visões de uma Era intocada,
Em que no silêncio do Cosmos,
Criaturas repugnantes dançavam em uma orgia macabra.
No silêncio, a veneração do mar sem fim –
A extensão do próprio domínio de Deus.
Aquilo que habita no fundo dos oceanos,
Um horror diabólico e inerte
Que aguarda o seu ressurgimento astral.
O mar, a tumba de um Pesadelo.
As alucinações do poeta, os laços rompidos –
As trombetas bíblicas que ressoam.
A loucura resplendecerá diante o vasto
E inominável horror dos mares.
Acima dos céus, anjos chorarão sangue
E abaixo dos pecados humanos,
Os demônios deleitarão em frenesi.
A vida nos mares será extinguida,
E o medo se tornará uma devoção.
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