Soneto 28, de William Shakespeare

Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula

Como posso voltar a ser feliz,
Estando carecido de descanso?
O mal do dia as noites faz febris,
E assim com dia e noite iguais avanço,
Com ambos, mesmo opostos em seus turnos,
Num pacto, consentindo em torturar-me,
Um com fadiga, o outro taciturno
Por tanto me afastar de ti deixar-me.
Em prol do dia, eu falo do teu brilho,
Que a graça trazes, quando o céu nublado;
Co’a noite os elogios também partilho,
Faltando estrelas, tu que a tens dourado.
Mas diariamente o dia atrai tristezas,
E à noite a dor noturna é mais intensa.

How can I then return in happy plight,
That am debarred the benefit of rest?
When day’s oppression is not eas'd by night,
But day by night and night by day oppressed,
And each, though enemies to either’s reign,
Do in consent shake hands to torture me,
The one by toil, the other to complain
How far I toil, still farther off from thee.
I tell the day, to please him thou art bright,
And dost him grace when clouds do blot the heaven:
So flatter I the swart-complexion’d night,
When sparkling stars twire not thou gild’st the even.
But day doth daily draw my sorrows longer,
And night doth nightly make grief's length seem stronger.

Revisão de Sahra Melihssa

Traduzido por:
Wallace Azambuja

Wallace Azambuja vive em Porto Alegre e estuda Letras na UFRGS. Sua paixão por sonetos é intensa e sua maior produção literária atual está voltada à escrita deste clássico formato poético. Atraído pelo mistério e profundidade da Literatura Gótica, o autor participou do Desafio Sombrio 2023, onde mostrou seu talento para o estilo obscuro e, também... » leia mais
18ª Edição: Theattro - Revista Castelo Drácula
Esta obra foi publicada e registrada na 18ª Edição da Revista Castelo Drácula, datada de agosto de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula. © Todos os direitos reservados. » Visite a Edição completa

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