Soneto 66, de William Shakespeare
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
De tudo farto, à morte, à paz suplico,
Por ver alguém tão bom nascer sem nada,
E quem tem tudo de alegrias rico,
E a fé mais pura e crente tapeada,
E as nobres honras mal distribuídas,
E a virginal virtude em maus lençóis,
E a perfeição honesta diluída,
E a força acuada por broncos heróis,
E a arte atada pela autoridade,
E a douta estupidez na direção,
E ouvir fazerem troça da verdade,
E o bom sendo cativo do vilão.
De tudo farto, a tudo adeus daria,
Mas meu amor, a sós, eu deixaria.
—
Tired with all these, for restful death I cry,
As to behold desert a beggar born,
And needy nothing trimm’d in jollity,
And purest faith unhappily forsworn,
And gilded honour shamefully misplaced,
And maiden virtue rudely strumpeted,
And right perfection wrongfully disgraced,
And strength by limping sway disabled
And art made tongue-tied by authority,
And folly, doctor-like, controlling skill,
And simple truth miscalled simplicity,
And captive good attending captain ill:
Tired with all these, from these would I be gone,
Save that, to die, I leave my love alone.
Revisão de Sahra Melihssa

Wallace Azambuja
Wallace Azambuja vive em Porto Alegre e estuda Letras na UFRGS. Sua paixão por sonetos é intensa e sua maior produção literária atual está voltada à escrita deste clássico formato poético. Atraído pelo mistério e profundidade da Literatura Gótica, o autor participou do Desafio Sombrio 2023, onde mostrou seu talento para o estilo obscuro e, também... » leia mais

Esta obra foi publicada e registrada na 18ª Edição da Revista Castelo Drácula, datada de agosto de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula. © Todos os direitos reservados. » Visite a Edição completa
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