4 Poesias DO ÂMAGO de Tiago Serigy

Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula

Tiago Serigy é nascido em Aracaju, Sergipe, e carrega uma alma que pulsa em versos desde a infância. Professor de História e estudante de Jornalismo, constrói narrativas sensíveis, inspiradas pelos clássicos da literatura brasileira do século XIX, música, cinema e pintura — sempre entrelaçando o banal do cotidiano com o eterno, num tom gótico que transforma o banal em transcendente.

Dono de mais de cem sonetos, prosa poética, contos eróticos e crônicas, ele se nutre de influências românticas (Álvares de Azevedo, Cruz e Sousa), simbolistas (Augusto dos Anjos), e contemporâneos ousados como Hilda Hilst e Ana Cristina César. Sua arte vibra entre a brevidade da existência e o desejo de eternizar cada chama da vida.

Selecionei aqui, quatro poesias que chamei de DO ÂMAGO, por serem essencialmente existênciais, nascidas do cerne mais profundo e, portanto, capaz de atravessar a tez e encontrar a alma do leitor.

Em “Naufrágio”, o poema abre como um mar revolto: turbulência de alma e espuma que se faz medo. Transporta o leitor ao interior do caos, onde o abismo se revela cenário íntimo de enfrentamento. É uma composição que ecoa a luta entre a superfície segura e o fundo desconhecido.

Em “À Crusoé”, evocando Robinson Crusoé, Tiago reflecte sobre identidade e isolamento. O eu-lírico confronta-se como um náufrago de si mesmo, erguendo uma ilha interna — metáfora do autoencontro e da invenção de si.

Em “Noites”, um mergulho noturno no âmago da solidão e do desejo. A escuridão se abre em janelas da alma, onde pensamentos flutuam entre a memórias e o silêncio. Um caminhar pelo breu da existência, buscando luz em seus próprios recantos.

Em “Transcende”, fechando o ciclo, este poema sugere uma elevação do espírito. Transcender é romper as amarras da carne e do tempo. O verso ascende, convidando o leitor a buscar a eternidade na simplicidade: um sopro de vida e palavras que erguem o eu para além do corpo.

Escrito por Tiago Serigy
Naufrágio

A mais caudalosa turbulência, | a rebeldia que transportava espumas | para o colo do barco, | fazia surgir o medo constante | de conhecer o fundo escuro do oceano...

Escrito por Tiago Serigy
À Crusoé

A cara não é feia nem bonita sem saber o que é feio e belo | Como Crusoé na ilha tentando fazer-se a si | Um personagem fictício como os outros | Pois em si somente o vazio...

Escrito por Tiago Serigy
Noites

Todas as noites aparece | Vem em formas visíveis tais | Que de lado a outro do globo | Se observa inteira | Ora se esconde na intimidade dos olhos, se banha...

Escrito por Tiago Serigy
Transcende

Quero ser parte da relva | Desconhecido pela brisa que passa | Ser parte do mar e navegar profundo | Constante como o vento de todas as estações | Aquele que roda o mundo...


Escrito por:
Tiago Serigy

Tiago Serigy é amante de filmes, pinturas e desenhos, músicas, além das letras, tem escrito sonetos (mais de 100), prosa poética e versos livres ao longo de mais de uma década, também tem um compilado de contos eróticos e crônicas. Uma fonte que jorra palavras para reinterpretar a brevidade da vida na tentativa de “não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinita enquanto dure”. É uma pessoa... » leia mais

Seleção por:
Sahra Melihssa

Poeta, Escritora e Sonurista, formada em Psicologia Fenomenológica Existencial e autora dos livros “Sonetos Múrmuros” e “Sete Abismos”. Sahra Melihssa é a Anfitriã do projeto Castelo Drácula e sua literatura é intensa, obscura, sensual e lírica. De estilo clássico, vocábulo ornamental e lapidado, beleza literária lânguida e de essência núrida, a poeta dedica-se à escrita há mais de 20 anos. N’alcova de seu erotismo, explora o frenesi da dor e do prazer, do amor e da melancolia; envolvendo seus leitores em um imersivo, e por vezes sombrio, deleite. No túmulo da sua literatura gótica, a autora entrelaça o terror, horror e mistério com a beleza mélea, o fantástico e o botânico, como em uma valsa mórbida… » leia mais
17ª Edição: Dívanno - Revista Castelo Drácula
Esta obra foi publicada e registrada na 17ª Edição da Revista Castelo Drácula, datada de junho de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula. © Todos os direitos reservados. » Visite a Edição completa.

Leituras recomendadas para você:
Castelo Drácula

Recanto de Literatura Gótica

Próximo
Próximo

Vehrvorus