Resenha: A Melancolia de Trees Of Eternity
Trees of Eternity foi uma colaboração musical entre o guitarrista finlandês Juha Raivio (da banda Swallow the Sun) e a cantora Aleah Stanbridge, nascida na África do Sul e residente na Suécia. A música deles é frequentemente descrita como melancólica ea inspirada no estilo musical doom/death, com vocais femininos angelicais.
A banda foi formada quando o guitarrista Juha Raivio e a cantora Aleah se juntaram no estúdio para trabalhar na música "Lights on the Lake" para o próximo álbum da Swallow the Sun. A partir dai, o projeto se tornou uma ideia com vida própria e, desta experiência nasceu o álbum Hour of The Nightingale.
Em 11 de agosto de 2016, o álbum de estreia da banda, Hour of the Nightingale, foi anunciado para ser lançado em 11 de novembro. Infelizmente, em 18 de abril de 2016, a cantora Aleah Stanbridge faleceu de câncer aos 39 anos. Dois dias depois, Juha escreveu no Facebook que o álbum estava pronto para ser lançado há algum tempo e que os planos ainda estavam em andamento. Ele também planejava lançar as músicas solo de Aleah
O álbum foi lançado, às condolências por Aleah e em nome de sua voz perfeita e do trabalho que tivera, junto a Juha e os demais convidados, na produção de Hour of The Nightingale.
É preciso ouvir Aleah cantar em Hour of The Nightingale para compreender como as sensações mais soturnas emergem no âmago e florescem em uma lentidão abominável dentro da alma. Tamanha é a melancolia dos instrumentos que conduzem a voz de Aleah que, através dos nossos olhos, vertem lágrimas imateriais enquanto um estranho conforto nos guia a um abismo sem fim. Por tais sensações inenarráveis, é impossível deixar de ouvir o álbum completo, várias vezes consecutivas; é viciante o universo que tais composições evocam.
Há males quais não podemos dizer terem vindos para o bem, pois que amargura é não ter um novo single de Trees of Eternity nos dias atuais; resta-nos o lamento e a mensagem deixada: “Não chores por mártires | Levante a cabeça | Águas salinas não vão ressuscitar os mortos” — Trecho traduzido da música que leva o nome do álbum: Hour Of The Nightingale.
Um flúmen carmesim cruzava o níveo balcedo e, deste liquor consistente, eu me inebriava, sorvendo sem temores, e imergindo-me nua em seu sereno caudal…