Arte de Glauco Moura

Sonhei que caminhava
Por longo bosque escuro
E o vento mui soprava
Nas breves, vãs, clareiras
Ardores inseguros
E ao longe, nas figueiras
Fulgia — estranhamente,
Igual aos astros puros
Um algo dissidente;

Bem lá, andarilhando
À frente sem parar
Que próxima, brilhando
Àquilo, então, cheguei
As copas a abaular
E a névoa reparei
Somente e nada mais
À frente a m’esperar
O espelho dos vestais;

Não sei como eu sabia
Nem como estou lembrando
Pois nele eu só me via
Em pálida paisagem
Com asas e chorando
Refém de brusca aragem
Semblante turvo e aflito
Olhar pequeno e brando
Soneto nunca escrito.

Poesia publicada na 1ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de janeiro de 2024. → Ler edição completa

Leia mais desta autora:

Sobre o Artista Convidado - Ed. 1, Janeiro de 2024 - Castelo Drácula

Sara Melissa de Azevedo

Como Escritora, tenho inúmeros semblantes, sempre em busca do lírico, do intenso e do profundo. Como Poetisa, tenho a eterna sensibilidade e a vívida paixão. Como pessoa comum, sou mais uma na multidão em busca de compreender a si mesma. SAIBA MAIS

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