Não há como gritar,
Quando se der conta
Será tarde demais.
Fria como um cadáver,
Ainda assim,
Muito mais viva do que você.
Abaixe a cabeça da próxima vez,
O próximo pescoço
Pode ser o seu.
Sombria como a noite,
Misteriosa até perceber
Meus olhos já lacrimejaram,
Eu sei que o fez, por querer.
Implore,
Se ajoelhe,
Reze, se quiser.
Estou a caminho.
Tomarei de seu sangue espesso,
Genuíno.
Ana Kelly, natural de São Paulo (SP), é poeta, escritora, contista e artesã, sócia-proprietária da loja de acessórios e artigos alternativos, Ivory Fairy. Tem poemas e contos publicados como co-autora em diferentes antologias. No ano de 2009 recebeu o prêmio de 1º lugar, em um concurso…
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