Plácido Jardim

Plácido é o jardim onde posso me deitar 
E simplesmente descansar
Alimentar as árvores com meu corpo, 
Fazendo parte delas e elas de mim
Simples assim, afundar na terra 
E quem sabe ser alimento, 
adubo para esse calmo jardim
Consumida lentamente pelo solo,
que usufrui de mim 
Que faz parte de mim e eu dele, 
Aqui sozinha, porém rodeada de vida 
Na morte do que fui, e trabalhei para ser
Destituída das máscaras que construí 
Para no fim, enfim
Ser útil a esse sereno jardim
Deitada no solo eu olho as estrelas e tudo o mais não importa
Apenas o verde e o marrom me acomodam
E isso é o bastante para descansar
Sim! Tenho certeza absoluta 
de que esse de fato é o meu lar
Fico calma sem movimentos
Sem sonhos e pesadelos
Sem esperanças e frustrações
E descanso, aqui jaz e até que enfim
Finalmente em paz.

Texto publicado na 4ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de abril de 2024. → Ler edição completa

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