3 — A Revelação
Co’as pálpebras cerradas… eu mui sinto
“Evoque à tua memória em meninez
Ao leito d’uma morte…” — ouço e pressinto
“Brutal que preservei tua languidez
Co’ a espada envernizada pelo sangue
Daquele que feri-la pretendia.
Servil do inominável que te langue…
Ó, venha-me, conheça-me, que o dia
Emerge a sucumbir-me ao meu inferno…”
Entendo a dele essência e seu poder
Sentindo-o na minh’alma, sempiterno…
Meu corpo se enternece, a névoa a arder
Esvai, tudo se abranda, e a mão tão fria
Tocando-me no afago em poesia
Do amor de sombra e algia a me embeber.
Escritora, Poetisa e Sonurista, dedicada à Arte da Escrita há mais de vinte anos. Formada em Psicologia Existencial, amante dos clássicos, fundadora do Castelo Drácula e autora de “Sete Abismos” e “Sonetos Múrmuros”. Sua literatura é densa e lúgubre, sempre imersa em reflexões humanas profundamente existenciais…
Leia mais desta autora:
Aborom! Larajim d’esta manhã | Desponta a quint’essência de meu ser; | O frutossangue: mélica romã | D’arbórea que m’encanta a aquiescer;…
Sinopse: Uma morte por envenenamento é causada durante o banquete de Aborom e agora todos os convivas, em especial o Detetive, precisam descobrir quem é o assassino.
Na densa floresta verdinegra, ouvi pequenos grilos ao longínquo; o horizonte era um mistério verdejante enquanto a única luz ambiente...
Virente arbóreo e úmido arrebol | Intenso verdinegro evanescente… | O fogo à vela é o único bel sol, | Enquanto uma elegia é confidente;...
Virente alfombra, um manto surreal | Curvando nas estantes, relva e flor, | Abaixo d’um solar transcendental, | Um flúmen próprio rega o esplendor; ...
Azul luar, amor d’um vil talvez… | Eterno sussurrar-te, adocicado… | A tua natureza e profundez, | Paixão de meu desejo delicado…
O céu era de uma profunda escuridão estrelada. Eu estava próxima de um arvoredo denso cujo negrume das copas, banhadas pelo caráter do infinito acima…
Alguém verá esta noite, que estrelada, | A sós vislumbro em toda a imensidão? | E mesmo que a perceba agraciada | Compreende seu sabor de solidão? …
Estás n’est’alma lôbrega tão minha, | Resides ou, quiçá, no corpo meu? | Silente agora, vens cruzar a linha | Que tênue marca em mim o sangue teu?
Não quero que as longínquas gerações definam meu tipo de literatura, pois pode haver equívocos quais eu não poderei refutar, dado que na efêmera vida eu já não estarei…
Lancei-me contra as sombras do corredor, apressei cada um de meus passos enquanto minha mente atordoada se alimentava de sua própria angústia…
Orquídeas negras tecem a ninguém, | Silêncio aveludado no jardim, | Apresso-me temendo vir alguém | Desperto pelo horror do olor carmim;…
Amado, esta invernia quando vem, | Na tua serenidade apaziguante, | Almejo o aconchego que nos tem | Somente em nosso leito lacrimante;…
A casa do meu avô não possuía nada em sua aparência que tendenciasse quaisquer amedrontamentos da minha parte ou da parte de qualquer indivíduo…
Embevecida pelo silêncio dos sonhos mais profundos, tudo se externava em suavinura. Andejei sob infinda serenidade por dentre um substancial…
Ouvia o sussurrante estridor do rígido inverno e o pálido horizonte nevoado assustava-me em sua imensidão anilada. Estes meus incrédulos…
Um flúmen carmesim cruzava o níveo balcedo e, deste liquor consistente, eu me inebriava, sorvendo sem temores, e imergindo-me nua em seu sereno caudal…
Quão amarga é a solidão do silêncio absoluto, o abismo que sangra em palavras mortas. Meus olhos fitam meu retorno, e de repente vejo o nascer das trevas…
No erguer-se do luar alcantilado | Crocita um corvo enquanto sou lamúria | Assusto-me e o percebo afortunado, | Pois voa contra o vento da penúria;…
Edgar Allan Poe é o Mestre da narrativa macabra e do mistério, deixou um legado literário…
“Angústia vil… sou rígida fereza… | A morte lacrimal de teu semblante… | Tormento me convida à tua pureza | Olvidas-me a pensar ser delirante…”
Ohropo desperta ao entardecer e enquanto seus olhos se tumulam no precipício, um corvo de olhos pútridos crocita infeliz; a alma de Ohropo, em partes, obliterada…
Co’as pálpebras cerradas… eu mui sinto | “Evoque à tua memória em meninez | Ao leito d’uma morte…” — ouço e pressinto | “Brutal que preservei tua languidez…
Atento o meu olhar “Quem és, ó Dom” | Indago n’agonia em mim crescente“ | Herói que salva ou mal que ofende o ambom? | Por que me causas mágoa caulescente…
Ouviu Dama Sonura a lacrimar | Com alma e solidão, preces soturnas, | Ao sopro d’um abismo à chuva-lar | Que dela faz as letras tão noturnas;…
Nenhuma voz, nenhum som garganta afora…
A morte-rubi me espreitando | E o choro adornado de medos, | Escuro-carmim sufocando... | Dois olhos me incitam segredos...
Ao Memórum pertencerá a sua vida em todas as instâncias emocionais e psíquicas…
Sonhei que caminhava | Por longo bosque escuro | E o vento mui soprava | Nas breves, vãs, clareiras | Ardores inseguros…
Diga-me, apreciaste esta obra? Conta-me nos comentários abaixo ou escreva-me, será fascinante poder saber mais detalhes da tua apreciação. Eu criei esta obra com profundo e inestimável amor, portanto, obrigada por valorizá-la com tua leitura atenta e inestimável. Meu nome é Sara Melissa de Azevedo. Sou Escritora, Poetisa e Sonurista. Formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial. Sou a Anfitriã dos projetos literários Castelo Drácula e Lasciven. Autora dos livros “Sete Abismos” e “Sonetos Múrmuros”. SAIBA MAIS
As sombras eram solecismos factuais; um ruído medrava-se horrífico. Algo físico entre nós inibia-nos, impedindo quaisquer aproximações; uma divisão vítrea, perceptível…