A noite de todas as almas
Folhas secas,
Abóboras adornadas
Não é outono por aqui,
Mas não muda nada.
Os ventos que sopram
Me trazem lembranças de você
Sussurram segredos
Que me fazem temer.
A noite de todas as almas
É sempre muito mais iluminada
E isso porque
Todos nós amamos alguém
Que não se pode mais ver.
Alcanço as lápides frias
Não sinto seu cheiro
Se o véu entre os mundos se abriu
Por que não te vejo?
Doces ou travessuras?
Minha vida pela sua.
De que me adianta uma eternidade
Sem sua ternura?
Como oferenda aos Deuses distantes
Deixe meu retorcido coração
Pode não valer mais nada
Mas todo o amor que me restou,
É ele quem guarda.
Minha vida pela sua...
Apenas um vislumbre na penumbra
E eu finalmente
Poderia adormecer.
Doces ou travessuras?
O que está feito,
Não se anula.
Texto publicado na Edição 10 - Aborom, do Castelo Drácula. Datado de outubro de 2024. → Ler edição completa
Ana Kelly, natural de São Paulo (SP), é poeta, escritora, contista e artesã, sócia-proprietária da loja de acessórios e artigos alternativos, Ivory Fairy. Tem poemas e contos publicados como co-autora em diferentes antologias. No ano de 2009 recebeu o prêmio de 1º lugar, em um concurso…
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