Vinho
Imagem criada pelo autor com IA
Novamente sinto o sabor pecaminoso em seus lábios vitrais. Como um beijo seco recebo em meu âmago a doçura ébria que somente teu corpo esguio pode fornecer. Meu corpo, por sua vez, é arrebatado pela serenidade, como se cada músculo, cada tecido, cada ínfima parte de meu ser deixasse cair ao chão o fardo que carregou por toda a vida.
Oh doce brandura, trajada em belo vestido tinto, basta somente um gole audacioso para que o armistício para com as adversidades tenha início.
Em sua metade já me deixei abater por sua insensatez. Em sua completude me entrego por inteiro aos seus desejos.
Texto publicado na 4ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de abril de 2024. → Ler edição completa