Soneto 98, de William Shakespeare
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
De ti eu me afastei na primavera,
Bem quando o elã de Abril, com seu preparo,
Depôs um ar travesso em toda esfera,
Na qual até Saturno achou amparo.
Porém, nem pio das aves, nem os cheiros
Das abundantes flores, coloridas,
Fizeram-me escrever algo faceiro,
Querê-las do jardim por mim colhidas.
Prazer nenhum senti no branco lírio,
Tampouco em uma rosa o escarlate:
Amáveis tão somente no idílio
Envolto em ti, se tu fizesses parte.
Distante, pareceu-me inverno, ainda
Que as flores emulassem tua vinda.
—
From you have I been absent in the spring,
When proud-pied April, dress’d in all his trim,
Hath put a spirit of youth in every thing,
That heavy Saturn laugh’d and leap’d with him.
Yet nor the lays of birds, nor the sweet smell
Of different flowers in odour and in hue,
Could make me any summer’s story tell,
Or from their proud lap pluck them where they grew:
Nor did I wonder at the lily’s white,
Nor praise the deep vermilion in the rose:
They were but sweet, but figures of delight,
Drawn after you, you pattern of all those.
Yet seem’d it winter still, and, you away,
As with your shadow I with these did play.
Revisão de Sahra Melihssa

Wallace Azambuja
Wallace Azambuja vive em Porto Alegre e estuda Letras na UFRGS. Sua paixão por sonetos é intensa e sua maior produção literária atual está voltada à escrita deste clássico formato poético. Atraído pelo mistério e profundidade da Literatura Gótica, o autor participou do Desafio Sombrio 2023, onde mostrou seu talento para o estilo obscuro e, também... » leia mais

Esta obra foi publicada e registrada na 18ª Edição da Revista Castelo Drácula, datada de agosto de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula. © Todos os direitos reservados. » Visite a Edição completa
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