Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula

No sangue e no doce, renasce o profeta, 
um coelho vingador, ceifador do planeta. 

Laparus, um outrora humano exilado pela ganância e hipocrisia dos homens, fora amaldiçoado por um ritual secreto realizado por padres corrompidos pela luxúria e poder. 

A máscara, feita de carvalho banhado com sangue de inocentes, 
selava sua humanidade. 
Com a alma aprisionada no corpo de um coelho, 
ele descobre que a única forma de quebrar sua maldição é destruir os daemons
Gerados pela podridão dos clérigos que selaram seu destino. 
No centro desta cena de terror cósmico, 
Laparus encontra pistas de sua maldição: 

Cada daemon derrotado carrega fragmentos de um pergaminho celestial que, quando completo, revelará o segredo do ovo cósmico e o verdadeiro motivo de sua criação. 

Os daemons, outrora humanos, foram deformados por rituais proibidos realizados por clérigos pútridos que, ao invés de servir à luz, se banharam nas trevas da ganância e do pecado. 

Com um golpe, o bispo ao chão sucumbe, 
mil línguas calam-se, o vil sangue jorrando em rumble

Neste enfrentamento, o Bispo das Mil Línguas, um daemon grotesco criado a partir da avareza e da hipocrisia de um alto clérigo, é derrotado em um combate que mistura horror e ironia sombria. Cada golpe de Laparus rasga as línguas do monstro, liberando uma cacofonia de vozes ancestrais que falam de um pacto esquecido entre a igreja e uma entidade cósmica. 

Laparus encontra, entre os destroços do vilarejo, um pedaço do pergaminho que brilha em luz prateada. Ele descobre um nome esquecido: Zorya Polunochnaya, a guardiã da meia-noite, que pode possuir as respostas para o ovo cósmico. 

A guardiã do limiar entre a luz e as trevas, revela que o ovo cósmico é um artefato criado por uma força primordial, muito anterior à igreja e suas corrupções. Ele contém a essência do renascimento e da destruição, e os daemons que Laparus caça não são apenas monstros, mas fragmentos de um todo maior — ecos de uma divindade esquecida, mutilada pela ganância humana. 

A deusa entrega ao coelho um mapa celeste que leva ao próximo ponto da jornada: uma caverna subterrânea onde um daemon guardião, Azgalor, o Devorador de Almas, reside, protegendo o núcleo do ovo. Lá, Laparus enfrentará a verdadeira extensão de sua maldição e os desejos traiçoeiros da máscara. 

A Celebração dos Láparos toma lugar como um espetáculo dual — vibrante e melancólico — onde a vitalidade das danças e o mistério das máscaras escondem os temores profundos de um povo que luta contra a estagnação. 

A bebida principal, o vinho da Maçã Sangrenta, é uma metáfora do ciclo de vida e morte, enquanto as flores Ovaeren, colhidas pelas crianças, reforçam a noção de esperança e fragilidade. 

Elyni d’Ann, com seu vínculo inquebrantável com os láparos, observa a festividade de longe, séria e introspectiva. 

Para ela, o Outono sempre foi uma época de tensão. 

Muitos dos coelhos que protege são caçados ou sacrificados em rituais secretos durante Aesttera. 

Ela sabe que, sob o manto da celebração, há também dor e sombras. 

Ainda assim, o simbolismo da resistência a inspira, pois mesmo na mais árida estação, há flores que desabrocham. 

Enquanto Elyni e Laparus caminham entre os encapuzados, ela percebe que a dança-ritual não é apenas um símbolo de resistência, mas um mecanismo ancestral que sela um portal. Sob o centro da festividade, o chão começa a rachar, revelando uma fenda vermelha e pulsante, um limiar entre mundos. 

As máscaras de láparos usadas pelos dançarinos vibram com uma energia sinistra, e Elyni entende que elas não são meros artefatos culturais. São instrumentos ligados à maldição de Laparus, símbolos de um pacto antigo feito para conter os horrores aprisionados no Ovo Cósmico. O vinho da Maçã Sangrenta e o néctar de Ovaeren são parte de um feitiço contínuo para evitar que a fenda se abra completamente. 

Os dançarinos começam a cair em êxtase ou convulsões, como se algo estivesse roubando suas energias vitais. Elyni agarra o amuleto de pedra lunar que carrega, tentando conter a energia que emana do portal. Mas Laparus sente algo mais — a máscara em seu rosto começa a se aquecer, a voz de uma entidade antiga sussurra através dela, incitando-o a agir. 

O portal se abre parcialmente, e figuras monstruosas começam a emergir. Elyni deve decidir se confia em Laparus, mesmo com a máscara parecendo controlá-lo, ou se tenta fechar o portal sozinha, arriscando sua vida. O destino dos láparos e da terra depende dessa escolha. 

Elyni percebe que os participantes, tomados pelo êxtase, estão oferecendo mais do que emoções. Sob a superfície do ritual, há uma transferência energética que alimenta o portal e as entidades aprisionadas. Talvez, ao investigar mais profundamente, ela descubra que o Ovo Cósmico, ao contrário do que Laparus acredita, nunca foi uma prisão... mas um casulo de nascimento.

Codex Sangria
Arale Fa’yax, de uma realidade cibernética, atravessa o tempo e encontra-se no Castelo Drácula. Em sua busca por vingança e por pergaminhos esquecidos, ela se depara com horrores proféticos através de sua máquina de escrever feita de ossos. Arale registra cada descoberta e cada revelação que a aproxima de sua verdade. Em meio a memórias fragmentadas e mistérios mórbidos, ela enfrenta confrontos épicos, determinada a vingar-se e a libertar-se, embora, talvez, sua condenação seja a única certeza. » Leia todos os capítulos.

Escrito por:
Marcos Mancini

Marcos Mancini é um escritor, artista e criador cujo trabalho transcende as fronteiras da literatura convencional, mergulhando nas profundezas da psique humana e explorando as complexidades da condição existencial. Sua obra reflete uma busca incessante por significado, através de uma escrita visceral que combina poesia, filosofia e uma rica variedade de estilos literários... » leia mais
15ª Edição: Aesttera - Revista Castelo Drácula
Esta obra foi publicada e registrada na 15ª Edição da Revista Castelo Drácula, datada de abril de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula. © Todos os direitos reservados. » Visite a Edição completa.

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