Ato de escrever I
Imagem criada e editada por Sahra Melihssa para o Castelo Drácula
Os astros fulgem como ações próprias; as janelas do castelo brilham em um tom de pele madura. A forma dela se desenha nesse grande holofote. O poeta, de cabelos brancos como uma lebre, declama sua arte por todos os poros.
Mas a obra do artista é seu sangue, e este é imortal. Como um quadro pintado com tinta ainda quente, pulsa. Ferida ao peito, caneta em riste.
— Expulsa! Um coração que não se esvai em poemas.
Assim acaba a noite e um microconto, pois todos os poetas são iguais: não aguentam o peso do mundo sozinhos e precisam, em linhas tortas, devagar seu pranto.
Companheira grafia de luz, de noite, de dia.
Garrafa de vinho, uma cama, um fogo e a mais profunda tragada — retrocedendo o cigarro com o tragar do passado da alma, que foi tocar no não vivido, que foi lamentar e escrever o que não ocorreu.

Tiago Serigy
Tiago Serigy é amante de filmes, pinturas e desenhos, músicas, além das letras, tem escrito sonetos (mais de 100), prosa poética e versos livres ao longo de mais de uma década, também tem um compilado de contos eróticos e crônicas. Uma fonte que jorra palavras para reinterpretar a brevidade da vida na tentativa de “não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinita enquanto dure”. É uma pessoa... » leia mais

Esta obra foi publicada e registrada na 15ª Edição da Revista Castelo Drácula, datada de abril de 2025. Registrada na Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Castelo Drácula. © Todos os direitos reservados. » Visite a Edição completa.
Um poeta sentado escrevendo. Cenário que mescle contemporâneo e vintage (pode ser até um apartamento, prédio…