Sonuras de Áurea Lihran: Fragmentada
Estás n’est’alma lôbrega tão minha,
Resides ou, quiçá, no corpo meu?
Silente agora, vens cruzar a linha
Que tênue marca em mim o sangue teu?
Sondando n’estes livros, no ancestral,
Quaisquer dos mais vis ritos, pois confesso
Que estar em fragmentos e imortal
É mórbido p’ra mim… horror excesso!
“Escreva, minha bela Aesatt, que sei
As faces da tua judas-pretensão;
Protejo-te nas trevas quais sou rei
E morro co’a tua afável gratidão…”
Irônica a tua voz grave a verter,
Escuto e então silente faz-se ser
Por noites… Seth… volta, maldição!
Escritora, Poetisa e Sonurista, dedicada à Arte da Escrita há mais de vinte anos. Formada em Psicologia Existencial, amante dos clássicos, fundadora do Castelo Drácula e autora de “Sete Abismos” e “Sonetos Múrmuros”. Sua literatura é densa e lúgubre, sempre imersa em reflexões humanas profundamente existenciais…
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Sinopse: Uma morte por envenenamento é causada durante o banquete de Aborom e agora todos os convivas, em especial o Detetive, precisam descobrir quem é o assassino.
Virente arbóreo e úmido arrebol | Intenso verdinegro evanescente… | O fogo à vela é o único bel sol, | Enquanto uma elegia é confidente;...
Virente alfombra, um manto surreal | Curvando nas estantes, relva e flor, | Abaixo d’um solar transcendental, | Um flúmen próprio rega o esplendor; ...
Azul luar, amor d’um vil talvez… | Eterno sussurrar-te, adocicado… | A tua natureza e profundez, | Paixão de meu desejo delicado…
Alguém verá esta noite, que estrelada, | A sós vislumbro em toda a imensidão? | E mesmo que a perceba agraciada | Compreende seu sabor de solidão? …
Estás n’est’alma lôbrega tão minha, | Resides ou, quiçá, no corpo meu? | Silente agora, vens cruzar a linha | Que tênue marca em mim o sangue teu?
Orquídeas negras tecem a ninguém, | Silêncio aveludado no jardim, | Apresso-me temendo vir alguém | Desperto pelo horror do olor carmim;…
Amado, esta invernia quando vem, | Na tua serenidade apaziguante, | Almejo o aconchego que nos tem | Somente em nosso leito lacrimante;…
No dia que o revés lhe bate à porta, | ele escuta a notícia lastimável | e implacável de que ela agora é morta, | que jaz num mausoléu inviolável….
No erguer-se do luar alcantilado | Crocita um corvo enquanto sou lamúria | Assusto-me e o percebo afortunado, | Pois voa contra o vento da penúria;…
“Angústia vil… sou rígida fereza… | A morte lacrimal de teu semblante… | Tormento me convida à tua pureza | Olvidas-me a pensar ser delirante…”
Co’as pálpebras cerradas… eu mui sinto | “Evoque à tua memória em meninez | Ao leito d’uma morte…” — ouço e pressinto | “Brutal que preservei tua languidez…
Atento o meu olhar “Quem és, ó Dom” | Indago n’agonia em mim crescente“ | Herói que salva ou mal que ofende o ambom? | Por que me causas mágoa caulescente…
Ouviu Dama Sonura a lacrimar | Com alma e solidão, preces soturnas, | Ao sopro d’um abismo à chuva-lar | Que dela faz as letras tão noturnas;…
Diga-me, apreciaste esta obra? Conta-me nos comentários abaixo ou escreva-me, será fascinante poder saber mais detalhes da tua apreciação. Eu criei esta obra com profundo e inestimável amor, portanto, obrigada por valorizá-la com tua leitura atenta e inestimável. Meu nome é Sara Melissa de Azevedo. Sou Escritora, Poetisa e Sonurista. Formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial. Sou a Anfitriã dos projetos literários Castelo Drácula e Lasciven. Autora dos livros “Sete Abismos” e “Sonetos Múrmuros”. SAIBA MAIS
Aborom! Larajim d’esta manhã | Desponta a quint’essência de meu ser; | O frutossangue: mélica romã | D’arbórea que m’encanta a aquiescer;…