Imagem criada e editada por Sara Melissa de Azevedo para o Castelo Drácula

Desfalecem os sonhos
Que sucumbem à incompleteza
Em grandes ondas,
No profundo mar da inconstância
Naufraga impotente a nau da incerteza
Agoniza o sonho de vil substância

Dissolve nas águas como um papel delicado
O frágil objeto de laços estreitos
Carregando fragmentos de sonhos desfeitos
Nas fluidas correntes do mar agitado
Leva o coração de um sonhador acordado
Até, por fim, encontrar no éter defeitos 

Há um doido a nadar nestas águas
No licor de negrume do fosco luar
Se debatendo entre velhas resíduas
Golpeia a superfície escura do mar.
Luta valente com golpes fantásticos
E a lua aberta, mãe dos lunáticos,
Severa assiste seu filho afogar

Que salvem ele, ó navegantes!
Tirem ele deste mar de espinhos!
Mas se for para que volte a ser como antes
Deixemos então que se mate sozinho!

Texto publicado na 8ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de agosto de 2024. → Ler edição completa

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