A Sombra Escarlate - Resenha

Fotografia de Liza Abreu

Na Inglaterra do século XIX, a aspirante à pintora, Scarlet Hale, vive em uma mansão em decadência acompanhada de seu pai e prima. A vida de Scarlet jamais foi representada por tranquilidade, apesar de vir de uma linhagem nobre, cedo perdeu a mãe e se mantém constantemente presa à repreensão do pai, que deseja mais que tudo que sua filha tenha um bom casamento e assegure, não só a sua vida como a posição social, uma vez que a família Hale vive em decadência. Em volta, a pacata cidade onde vivem suporta um terrível sentimento de terror após misteriosas e sangrentas mortes assolarem seus moradores, levantando suspeitas sobre a Jovem Scarlet, que em meio a tantas suposições, suspeita de si mesma.

Essa é uma daquelas histórias que conseguem prender o leitor do início ao fim e levanta vários questionamentos. Em um cenário bem delineado e já revisitado em muitos livros da literatura gótica, como a figura da residência imponente e remota, e que eu particularmente adoro, o livro insere os personagens em um enredo limpo e fluído, recheado de detalhamento, linguagem de época bem elaborada e mensagens atuais. 

A diagramação é primorosa e conversa muito bem com a história, tornando a experiência ainda mais agradável. Gostei de como a autora decidiu o destino dos personagens, principalmente da personalidade da protagonista, a qual soube lidar muito bem com a repreensão e com tamanhos conflitos pessoais ainda mais mortificantes que trairiam a sanidade de qualquer outro.

Texto publicado na 7ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de julho de 2024. → Ler edição completa

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