Raízes de Vida e Morte
No silêncio de uma floresta esquecida,
Onde o musgo cresce entre segredos antigos,
Uma mulher vaga, solitária, perdida,
Com seu olhar buscando a verdade em vestígios.
O verde da floresta a envolve, denso e profundo,
Como um véu de esperança e também de inquietação,
Cada folha é como uma palavra, cada tronco um mundo,
Murmúrios de uma vida, a decadência de sua existência.
O verde cresce em sua mente de uma forma sutil,
Como promessas de vida que brotam em terra árida,
Mas logo a cor se transmuta em um sentimento hostil,
Que queima sua alma de uma forma violenta, ávida.
Raízes enlaçam seus pés e suas mãos,
Como se fossem correntes de um destino cruel,
O verde, que antes era promessa e vida,
Agora a aprisiona, um manto de fel.
Seu corpo se funde à terra escura,
Carne e folha, sangue e seiva misturados,
O verde que outrora fora a cura,
É agora veneno, destinos trocados.
A decadência se instala, lenta,
Como um outono sem fim, sem retorno,
A mulher se torna parte da floresta,
Um espectro verde em eterno abandono.
Na escuridão da mata, ela jaz,
Um eco de vida que se perdeu,
O verde, quem um dia foi paz,
É agora a cor da mulher que morreu.
Residente de Dom Pedrito/RS, Cláudio Borba formou-se em Contabilidade e escreve contos de terror e poemas geralmente melancólicos. Ele faz parte de diversas antologias de contos e poéticas de diversas editoras. E atualmente trabalha para lançar seus livros de contos e poemas....
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