Imagem criada e editada por Sara Melissa de Azevedo para o Castelo Drácula

No silêncio de uma floresta esquecida,
Onde o musgo cresce entre segredos antigos,
Uma mulher vaga, solitária, perdida,
Com seu olhar buscando a verdade em vestígios.

O verde da floresta a envolve, denso e profundo,
Como um véu de esperança e também de inquietação,
Cada folha é como uma palavra, cada tronco um mundo,
Murmúrios de uma vida, a decadência de sua existência.

O verde cresce em sua mente de uma forma sutil,
Como promessas de vida que brotam em terra árida,
Mas logo a cor se transmuta em um sentimento hostil,
Que queima sua alma de uma forma violenta, ávida.

Raízes enlaçam seus pés e suas mãos,
Como se fossem correntes de um destino cruel,
O verde, que antes era promessa e vida,
Agora a aprisiona, um manto de fel.

Seu corpo se funde à terra escura,
Carne e folha, sangue e seiva misturados,
O verde que outrora fora a cura,
É agora veneno, destinos trocados.

A decadência se instala, lenta,
Como um outono sem fim, sem retorno,
A mulher se torna parte da floresta,
Um espectro verde em eterno abandono.

Na escuridão da mata, ela jaz,
Um eco de vida que se perdeu,
O verde, quem um dia foi paz,
É agora a cor da mulher que morreu.

Texto publicado na 9ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de setembro de 2024. → Ler edição completa

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