Fragmentos na escuridão

Imagem criada e editada por Sara Melissa de Azevedo para o Castelo Drácula

Recordo-me dos fragmentos,
estilhaços que caem como ecos no abismo do chão,
as sombras dançam,
de uma presença silente e tímida,
que se oculta nas ossadas dos vitrais quebrados,
seus olhos negros, vazios, encontram os meus,
e, como cacos de vidro,
minha alma se despedaça,
perdendo-se nas profundezas insanas
de um precipício eterno e sem fim.
Deleito-me na fria sobriedade,
seduzida pelo sussurro envenenado da escuridão,
que, com garras de ferro forjadas,
arranca meu coração ainda vivo, mas morto.
Ainda hoje, lembro-me da dor,
e ainda hoje, me deito,
entre as ruínas de seus vitrais em cacos,
onde a escuridão é meu único refúgio.

Texto publicado na Edição 12 da Revista Castelo Drácula. Datado de janeiro de 2025. Ler edição completa

Leia mais em “Poesias”:

Anterior
Anterior

Às Trevas

Próximo
Próximo

Vazio