Hereditário - Parte 1 - Gardênia
Capítulo 1 — Desalento
A brejeira e simpática criatura que arrastava seu único filho pelo braço, acompanhando aquele fúnebre cortejo, era a única filha do falecido, ali sendo transportado. Seu peculiar nome — Gardênia — era uma forma de homenagear a espécie de flor, preferida de sua saudosa mãe. Gardênia era uma mulher singular, dotada de uma beleza hipnotizante. Na altura de seus quarenta anos, muito facilmente, poderia ser confundida com uma jovem de no máximo uns vinte cinco, talvez até um pouco menos. Era ela uma dessas raríssimas criaturas, em que o tempo não tem efeito sobre si, e mesmo sendo uma mulher de meia idade, já com a sagrada experiência da maternidade, ainda assim trazia em si um semblante e o talhe bastante juvenil.
Gardênia herdara para si mesma os fortes traços negros africanizados do pai, unidos à doce sensibilidade caucasiana da mãe, numa única pessoa. A verdadeira união do exótico com o clássico. Sua singular beleza era o resultado de uma metamorfose do vigor da cor do pai com a delicadeza dos traços de sua mãe. Essa bela criatura era uma mulher alta, de vastos e longos cabelos negros, cacheados com grande definição, caídos por toda extensão de suas costas, trazia-os sempre soltos, livres como ela mesma o era. Sua pele era clara e dava a impressão de ser macia e sedosa como a pétala de uma rosa. Havia puxado os olhos da mãe, que eram de um azul cintilante, da mesma cor de um céu de primavera. Por onde passava — muito raramente, pois pouco se ausentava de casa desde que seu filho nascera — era sempre motivo de comentários. Por parte das mulheres — até mesmo, sendo muito invejada por algumas — que sempre elogiavam sua moral e refinada educação e por parte dos homens — por muitas vezes, sendo com ardor desejada pela maioria — porque era, de forma genuína, um ser de incomparável beleza.
Mesmo trazendo em si o milagre da maternidade, ainda assim conseguiu manter seu corpo com traços quase virginais. Tinha o ventre liso e baixo, um belo par de seios firmes e rijos de tamanho médio, contornando um colo gracioso que quase sempre estava à mostra, e que atraia olhares de curiosidade e voluptuoso desejo. Seu corpo muito bem definido, pernas graciosas e bem torneadas que davam certa leveza em seus movimentos, tornando o seu caminhar como algo muito parecido a um requintado bailado. Por fim, sua boca era um irrecusável convite para o pecado. Lábios carnudos delineados de forma perfeita, com dentes tão claros como o mais puro marfim, seu sorriso — muito raro nos últimos tempos — era a mais pura demonstração de sensibilidade e simpatia. Essa graciosa criatura, havia sido — obviamente de forma involuntária — a causa trágica da mais completa ruína de dois audaciosos homens, até então.
O primeiro deles foi o Coronel Guilhermino, um homem muito rico e bastante poderoso. Temido e respeitado até mesmo na longínqua capital, onde tinha forte influência política e mantinha rendosos investimentos em diversificados tipos de negociatas. Era ele dessa espécie de indivíduo, acostumados a humilhar os mais pobres e ser sempre condescendente com os mais ricos. Um tipo de homem que nada temia, pois, devido a sua posição socioeconômica, se achava acima da Lei. Na verdade, em seus domínios, e até mesmo por quase toda região onde vivera, desde que nascera, ele se achava a própria Lei. Em sua narcisística opinião sobre si mesmo, se via acima de tudo e de todos, pois suas ordens e vontades jamais eram questionadas, por quem quer que fosse — pelo menos não em sua presença –. Coronel Guilhermino era um homem áspero e de comportamento arredio com a aparência de um velho flagelado pela vida, com uma imensa cabeça calva, sempre coberta por um belo chapéu em estilo panamá, tinha uma desgrenhada barba arruivada, como se estivesse em chamas. Tinha o rosto ossudo, olhos negros aguçados e uma fina boca com dentes afilados e enegrecidos e sem lábios, feita para estar sempre franzida e jamais esboçar um único sorriso.
Certo dia, estando ele, fazendo um passeio a cavalo, numa tarde quente e muito abafada, — típica dos tórridos dias de final de setembro — avistou ao longe, uma bela jovem de pouco mais de quinze anos, se refrescando no rio, logo abaixo de onde ele se encontrava. De imediato, ficou enfeitiçado pelas perfeitas curvas do corpo da inocente jovem, que por acreditar que se encontrava sozinha, longe de olhares maliciosos, estava completamente despida, — como um dia havia chegado a esse mundo — e se refrescava sem despreocupação nas límpidas e serenas águas daquele pitoresco riacho. Coronel Guilhermino, que para muitos, se demonstrava deveras desinteressado aos encantos das mulheres, — tanto que nunca se casara — rendendo até mesmo, maldosos comentários entre os desocupados, quando viu aquela perfeita beldade em trajes de Eva, ali sozinha e muito desprotegida e estando ele também desacompanhado — como era costume seu, por se achar um ser intocável preferia, sempre, a companhia de si mesmo — decidiu que, aquele tipo de oportunidade era única na vida, e que jamais deveria ser desperdiçada por um homem como ele, que se achava acima dos demais.
Após, com sob sutileza mórbida, amarrar seu cavalo numa árvore, deixando-o numa sombra fresca, aproximou-se, sorrateiro como uma astuta serpente, para a margem do riacho, e quando a jovem pôde, por fim, perceber sua presença, já era tarde demais, pois aquele asqueroso homem já a retinha nos braços, obrigando-a a se deitar na areia da pequena e estreita praia do rio. A inocente e desprevenida jovem, bem que tentou se defender e a todo custo se desvencilhar das garras daquele malfeitor, mas foi, sob hórrida violência, contida com fortes bofetões que levou por toda a face, que acabou por cortar seu lábio superior. Toda essa ignominiosa selvageria, fez com que ela temesse pela própria vida, pois sabia que se defender era impossível e gritar por ajuda era inútil. Sabia ela que, não havia ninguém por perto, além deles dois. Na verdade, até então, ela se imaginava estar sozinha ali naquele refrescante e pacato lugar, por isso, muito inocentemente se encontrava nua e desinibida daquela forma.
Coronel Guilhermino, até então visto como um homem de respeito e ilibada moral, contando com a vantajosa situação de pavor estampada nos olhos daquela inocente jovem e a constante subserviência que todos despendiam a ele, usando de força bruta, roubou-lhe sua pureza, deixando-a deflorada e sangrando tanto na boca, — pelos bofetões sofridos — bem como em suas partes, devido a sua violência e vilania na prática daquele ato sem consentimento, por parte dela. Satisfeita sua pueril ignomínia, esse asqueroso ser após se afastar das margens do rio, ajeitando suas vestes, montou mais uma vez em seu cavalo e seguiu seu passeio num trote lento, como se nada tivesse acontecido. Gardênia encontrava-se intimamente ultrajada e com quase todo o corpo dolorido, devido a violência sofrida. Sentindo uma estranha sensação de nojo de si mesma devido ao contato daquele truculento e malcheiroso homem, entrou uma vez mais naquele rio e após se lavar por completo, e vendo seu sangue sendo levado pelas águas como sua própria honra havia sido lhe tirada, logo se cobriu com suas humildes vestes e retornou para sua casa com a face banhada em lágrimas e o lábio com um pequeno inchaço, além dos hematomas de marcas de mãos e dedos em seus braços. Ao chegar em casa, num primeiro momento estava resoluta em se manter em silêncio sobre o acontecido, mas bastou apenas um único olhar de seu pai, e logo ela lhe relatou toda a história. Contudo, de algum modo, parece que seu pai já sabia do acontecido — ela nunca soube explicar ao certo como aquilo se dava, mas de alguma forma, seu pai sabia de tudo o que acontecia a ela, mesmo antes dela lhe contar. Se não soubesse, pressentia e se não pressentisse, decerto modo, algo ou alguém lhe contava. O bem da verdade era que nada ficava em oculto a seu pai por muito tempo.
Pai Thomaz — como era conhecido — deu um profundo suspiro e após abraçar ternamente a filha foi até os fundos do quintal da casa e logo lhe preparou uma beberagem com algumas ervas medicinais bastante amargas. Enquanto ela bebia aquela estranha panaceia, ele, para tentar tranquilizá-la, disse por fim, com uma voz serena e num tom bem ameno, mas um tanto quanto ameaçador.
— Minha filha! O mal paira pelos caminhos se escondendo pelas sombras em busca de se alimentar da pureza de pessoas inocentes. Infelizmente vivemos num mundo muito hostil, cheio de maldades praticadas por pessoas covardes. Esse tipo de homem se acha acima da Lei, que eles mesmos criam para serem aplicadas em outros abaixo deles. Contudo, se esquecem de que existem outras Leis que regem as engrenagens desse mundo conhecido por nós e de outro muito além de nosso entendimento. O Universo foi criado em plena perfeição e as Leis que assim o regem são exatas e nunca falham, durante nossa insignificante passagem por essa terra, o tempo todo estamos adquirindo créditos e dívidas, independente de quem somos ou com demasiada soberbia pensamos ser, mais dia menos dia teremos que acertar as contas com o Infinito. Com certeza, minha filha, você não foi a primeira mulher que sofreu esse tipo de atrocidade nas mãos dele, mas saiba você, que será a última. É uma promessa que lhe faço, esqueça tudo isso e fique despreocupada, pois, essa última dívida que ele contraiu, lhe será cobrada muito em breve.
Naquele instante, um estranho arrepio correu todo o corpo de Gardênia, ao ouvir seu pai pronunciar essas palavras com tanta convicção, sentiu um gosto amargo em sua boca — e não era pela bebida que acabara de ingerir — que por um breve momento quase se esqueceu da violência sofrida. Aquele calafrio que lhe deixou toda arrepiada era um maléfico presságio, pois em menos de um mês, após aquele ignominioso acontecido, soube-se que, o até então todo poderoso e respeitado Coronel Guilhermino, havia contraído um estranho edema em suas partes, que logo evoluiu para uma fétida ferida. Essa pestilência que em questão de dias tomou conta de todo o seu corpo, logo o levou a óbito, mas não antes de lhe causar dores terríveis e um humilhante sofrimento.
Alguns poucos, que testemunharam o trágico sofrimento do importante Coronel, dizem que: No princípio, aquela indisposição não parecia nada de mais, talvez uma leve indigestão ou apenas um simples resfriado, mas após dois dias sem conseguir se levantar da cama, logo se percebeu que era algo um pouco mais sério. O quarto em que ele estava acamado era o mesmo em que ele vivia desde sempre, tinha um peculiar cheiro de mofo pelos cantos — comum a ambientes sem muita assepsia — e um saturado e pegajoso cheiro de suor — o coronel não era muito adepto ao banho — que logo se misturou ao cheiro de todo tipo de emplastos e cataplasmas que era lhe ministrado, apenas mais um ambiente comum como qualquer local onde estivesse um moribundo em restabelecimento. Contudo, com o passar dos dias e o agravamento daquela estranha moléstia, que de início eram apenas ínguas localizadas na virilha, logo se tornaram em pustulosos tumores que exalavam um terrível mau cheiro atraindo inúmeras moscas sobre suas feridas. Logo os vermes já estavam o devorando, mesmo estando ele ainda vivo e bastante consciente. Em poucos dias seu corpo estava completamente tomado por aquelas estranhas chagas, e o mau cheiro exalado de suas feridas era insuportável, a presença de pessoas próximas a ele era quase impossível, até mesmo para lavar suas pustulentas feridas, ou ao menos tanger as moscas que infestavam aquela insalubre alcova e que o atormentava todo o tempo. O odor de morte no ar era tão nítido e definido quanto o de uma putrefata carcaça jogada a beira de uma estrada.
O homem que durante quase toda a sua vida, se achava acima de tudo e de todos, findou seus dias como a mais vil das criaturas. Sempre acostumado a dar ordens a seus inúmeros serviçais e logo ser, com rapidez, atendido — jamais, sobre hipótese alguma ser questionado em nada —, em seus últimos dias de vida sobre essa terra, mal conseguia emitir algum tipo de som, que não fossem os terríveis gemidos ou profundos e lamentosos suspiros. Entre um delírio e outro, com muita dificuldade, tentava formar as palavras: “Filha, Pai e Thomaz”, — alguns dos presentes, até mesmo se perguntaram entre si, se ele por ventura não estaria solicitando a presença do sábio feiticeiro, mas ninguém ousava tomar nenhuma decisão sem uma ordem expressa do Coronel, — pois se ele nunca fora um homem muito religioso, nem mesmo nos ritos oficiais da igreja, quem diria acreditar em certas crendices do populacho, a bem da verdade era até mesmo um pouco cético perante aquilo que ele não tinha controle, — por isso Pai Thomaz não fora chamado. A dificuldade em se expressar por vias verbais de forma inteligível estava em sua mandíbula que se encontrava quase que, por completo, cerrada, fato esse que o impedia, não só de falar, mas também de se alimentar, bem como ingerir qualquer tipo de líquido, até mesmo um gole d’água, fazendo-o padecer de uma sede terrível. Sede essa, acentuada ainda mais, pela febre constante que o açoitava de corpo e alma. Seus lábios estavam bastante ressecados com profundas rachaduras minando sangue entre um ponto e outro, tornado sua boca um apetitoso banquete para as moscas, que se demonstravam diabolicamente insaciáveis.
Em seus últimos instantes de vida, já com o corpo todo rijo, completamente tomado pelos vermes e sem conseguir mover um só músculo, com apenas os olhos se movimentando num enlouquecido frenesi, como se ao girar os olhos de um lado para o outro conseguisse pelo menos tentar afastar o mal que o atormentava. Decerto não havia apenas angústia naquele olhar, mas também um sentimento de remorso era a expressão de alguém que sabia que havia cometido um terrível erro, não que, durante sua vida não houvesse cometido outros erros — alguns, até bem piores –. Contudo, dentre o imenso catálogo de erros cometidos por ele, numa longa vida de impiedoso déspota, aquele erro em si, havia sido cometido contra a pessoa errada. De algum modo ele sabia disso. Pois, desde a noite em que ousara abusar da inocência da filha de Pai Thomaz, pela primeira vez em sua vida Coronel Guilhermino percebeu quão grande era sua pequenez perante a grandiosidade do Universo. Naqueles últimos momentos de sua vida, aquela putrefata criatura teve plena certeza que o mal que lhe acometia era uma punição pelo seu ignominioso ato de leviandade contra aquela inocente jovem.
Além de todo desconforto e agonia que era visível e olfativa. Parece que aquele destemido moribundo — até então considerado um homem que não temia nada e nem ninguém nesse mundo — estava sendo atormentado por terríveis visões que só ele mesmo parecia enxergar. Alguns diziam que seus delírios eram devido a constante febre que o açoitava noite e dia. Contudo, qualquer um que o observasse por algum tempo, poderia jurar que, quando ele mirava seu olhar aos cantos escuros do quarto, era como se estivesse tendo visões terríveis. Pelo terror expresso em seu olhar era fácil imaginar, que se ele realmente estivesse vendo algo ou alguma coisa escondida nas penumbras daquela alcova, era certo que não se ratava de algo que caminhasse pela terra em plena luz do dia. Todo aquele sofrimento durou quase duas semanas completas. Contudo, se não existe felicidade eterna, sem dúvida não haveria sofrimento que perdurasse para sempre.
Segundo a sabedoria popular, nos últimos momentos de vida, a pessoa moribunda faz um breve resumo de sua vida e até mesmo o até então poderoso coronel também fez o seu, lembrando-se que, após cometer aquela terrível vilania, uma angústia terrível começou a atormentá-lo, era uma espécie de sentimento inquietante que nunca experimentara em toda sua vida, e foi logo depois de seu passeio vespertino naquela trágica tarde onde tudo acontecera, que logo à noite, depois de ter findado todos os seus afazeres diurnos, ao se deitar em seu leito para mais uma tranquila noite de repouso, sentiu que algo não estava de todo normal com seu corpo, principalmente em suas partes que comichavam de forma muito perturbadora, pensou ser apenas um leve mal estar e que na manhã seguinte tudo estaria bem de novo. Contudo, daquele leito não se levantou mais, nem mesmo para suas necessidades mais extremas. Coronel Guilhermino sempre fora um homem forte e muito orgulhoso, qualquer um que visse no estado que ele estava reduzido, teria a plena certeza de que poderosas forças das trevas agiam sobre ele, até porque uma pestilência como aquela, de forma alguma poderia ser algo natural era tudo muito sombrio e maléfico. As poucas testemunhas que tiveram a infelicidade de presenciar aquela terrível moléstia ficaram a se questionar:
— “Que tipo de ofensa ou blasfêmia, teria o coronel feito ou proferido contra os céus para merecer um fim trágico como aquele?”.
Não foi possível, nem mesmo fazer um velório para as exéquias necessárias, pois além do mau cheiro o estado em que se encontrava o corpo do coronel, fez com que os que estavam ali presentes, decidissem por unanimidade que ele deveria ser enterrado o mais rápido possível, antes que os vermes o devorassem por completo. Coronel Guilhermino foi enterrado como um animal vadio, sem nenhum tipo de cerimônia. Nenhuma palavra fora dita nem ao menos uma simples oração fora proferida. Aqueles que assistiam o improvisado enterro, apenas balançavam a cabeça em negativa sem poder acreditar naquelas inverossímeis cenas que seus olhos presenciavam.
Depois desse trágico idílio entre o Coronel Guilhermino e a jovem inocente Gardênia, ela que já era uma pessoa um tanto quanto reclusa demais, se tornou assim, um pouco ainda mais. Certo é que, ninguém nunca soube verdadeiramente do acontecido entre eles, apenas um boato solto aqui e outro acolá, até mesmo porque, tudo que se referia a Pai Thomaz, não era coisa de se dizer por aí a esmo. Se por um lado o moribundo coronel, além das palavras soltas proferidas em delírio, não teve a oportunidade de mencionar o assunto com ninguém — nem mesmo para se confessar em busca de um possível perdão para um amargo arrependimento —, Gardênia tão pouco, exceto com seu próprio pai, fato esse, que fez com que ela se arrependesse com amargor, pois trazia consigo em seu íntimo, certo pesar, pela trágica e sofrível morte de seu algoz. Certeza plena ela não tinha — como tudo de obscuro que se relacionava a seu pai — mas, algo dentro de si lhe dizia que a morte do coronel era fruto de algum tipo de feitiço ou algo parecido feito por seu pai, que de forma alguma — como ele mesmo havia prometido a ela — não deixaria barato a ofensa por ela sofrida.
Os momentos de terror que ela, — uma inocente jovem, criada pelo pai sem a presença de uma figura feminina desde a mais tenra infância — sofrera nas mãos daquela asquerosa criatura, tornara-se um traumático sentimento de aversão para com todos os homens. Por muitos anos, fechou-se para qualquer tipo de afeição restando-lhe apenas um sentimento de completo desalento…
Isso aconteceu há mais de cinquenta anos, quando eu ainda era um jovem adolescente em meu primeiro emprego, tentando juntar alguns trocados para sair…