Sonata Sombria
Sonata sombria ressoa
nociva suas notas violentas —
seus ecos se espalham e vibram torcendo
arpejos funéreos que vêm e que vão.
As teclas sangrentas tremulam
acordes sinistros, sonoros
tal grasno de corvo que voa à meia-noite
sedento por covas abertas no chão.
Não há quem duvide das Sombras:
é a Morte imparável tocando!
São ruídos horrendos, visões de amargura
que hão de ganhar vida, ó sonata-caixão!
Mas subitamente é mudada…
é um calmo compasso de valsa:
p’ra um lado
pro outro
os passos
atroam
nos crânios
dançantes
do negro
salão.
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Sonata sombria ressoa | nociva suas notas violentas — | seus ecos se espalham e vibram torcendo | arpejos funéreos que vêm e que vão…
Três lâminas pendentes, uma ao lado — | repousa o cavaleiro. Ele adormecen | o santuário, e põe suas mãos em prece | sobre o corpo de pedra armadurado…
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