Noites de Vidro

Imagem criada e editada por Sara Melissa de Azevedo para o Castelo Drácula

Olhos que me enxergam através do tempo, lamúrias de almas perdidas na cidade dos rejeitados, a floresta grita sob o vento de tempestade, mas você não ouve mais nada. Desenvolva suas desculpas elaboradamente, cuidadosamente, sem negar suas emoções, sem negligenciar suas ações, pois o grande juiz te observa atentamente sobre a pilha de crânios daqueles que foram sentenciados. 

Mil formas distorcidas de amor eterno, mil formas retorcidas de amor real, mil formas esquecidas de amor mortal. Não existe caminho sem volta quando o destino não passa de um sonho interrompido no meio da noite, pelo som do choque de um automóvel em alta velocidade contra a parede de uma boate interditada. Carne, sangue e aço. Deite sua cabeça em meu colo e me deixe alisar seus cabelos úmidos. 

Abri a caixa de sapatos empoeirada e arranquei o rosto das velhas fotografias que hibernavam em seu interior. Momentos congelados no tempo, memórias aprisionadas em eterna estagnação. Provas irrefutáveis de um pedaço do fluxo constante de pequenas conexões que chamamos vida. A pergunta não formulada ainda vai te matar.

Texto publicado na 7ª edição de publicações do Castelo Drácula. Datado de julho de 2024. → Ler edição completa

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